28/02/2007 - DRT/BA encaminha centenas de crianças encontradas trabalhando no carnaval

DRT/BA encaminha centenas de crianças encontradas trabalhando no carnaval

Salvador, 28/02/2007 - No carnaval de 2007, a equipe de auditores da DRT/BA encontrou 196 crianças e adolescentes trabalhando nos circuitos da festa em Salvador. Os fiscais constataram que elas não possuíam nenhum vínculo empregatício, trabalhavam na informalidade, vendendo bebidas cerveja, refrigerantes e água, lanches, como churrascos, cachorro-quente, queijo assado e catando latinhas. Muitas estavam acompanhadas dos pais ou algum parente próximo e as que trabalhavam sozinhas alegavam fazer isto para complementar a renda familiar.

A maioria das crianças e adolescentes encontrados costuma permanecer durante todos os dias da festa na rua, onde se alimentam e dormem. As famílias ficam alojadas atrás das barracas improvisadas, ou das caixas de isopor usadas para vender cerveja e refrigerantes, deitadas em folhas de papelão sem nenhum conforto e higiene.

A maioria dos entrevistados reside no subúrbio de Salvador - Lobato, Fazenda Coutos III, Sussuarana, Rio Sena e outros -, mas há também os que moram no interior do Estado, em cidades como Feira de Santana, Simões Filho, Serrinha, Irará, Afrânio Peixoto, Itabuna e Senhor do Bonfim.

Durante a folia de Momo, os responsáveis pelas crianças e adolescentes foram orientados pela equipe da DRT a mantê-los na escola. Foram encontrados diversos pais que recebiam o auxílio do Bolsa-Família e outros já cadastrados no PETI Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.

Todas as crianças e adolescentes encontrados pela fiscalização da DRT trabalhando informalmente no carnaval de Salvador serão encaminhadas ao PETI. "Além disso, as famílias dessas crianças que já recebem PETI ou Bolsa-Família poderão ter seus benefícios cancelados", alerta Zêmer Andrade, coordenador do Nape (Núcleo de Apoio a Programas Especiais) da DRT/BA.

A fiscalização, que ocorreu nos dias 15 e 17/02, contou com a parceria da Secretaria Municipal da Reparação (equipe do Observatório Racial), com o apoio do Juizado da Infância e da Juventude e de comissários de menores e da Polícia Militar, que disponibilizaram suas instalações.

Jornalista responsável - Eugênio Afonso
Estagiária - Tiara Rubim
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