Ford pode ser interditada caso não cumpra acordo

Com o objetivo de solucionar temas referentes à saúde, segurança e melhores condições de trabalho para os funcionários da fábrica Ford, em Camaçari, a Delegacia Regional do Trabalho na Bahia (DRT/BA) realizou na quarta-feira (23/8), na sede do órgão, um encontro com representantes da empresa e com Auditores Fiscais do Trabalho (AFT) para ouvir a proposta da indústria automobilística em relação aos temas em questão.

De acordo com o subdelegado do trabalho de Camaçari, Roberto Miguel, a DRT tem 300 denúncias de trabalhadores contra a empresa. Em função disso, a Ford se comprometeu a apresentar à Delegacia um conjunto de medidas com o objetivo de resolver os problemas de saúde e segurança dos funcionários de todo o complexo. "Dentre as ações, a empresa vai intensificar a disponibilização de informações através de manuais contendo dados referentes aos riscos à saúde, investigará todos os casos suspeitos de doenças ocupacionais e aperfeiçoará os procedimentos no setor médico da fábrica, dentre outras medidas", explica Miguel.

Além disso, a Ford ficou responsável também pelo treinamento e capacitação de todos os funcionários da empresa em diversas áreas do complexo. Foi estipulado, pela DRT, um prazo de 60 dias para que a empresa cumpra o acordo estabelecido na reunião. A proposta foi aceita pela Ford, que garantiu acatar todas as exigências.

Para o Delegado Regional do Trabalho na Bahia, Carlos Martins, mesmo com os acordos feitos, a DRT continuará com a fiscalização no complexo Ford. "A empresa, nos últimos dois anos, teve muitos casos de doenças ocupacionais. Eles vão ter que resolver essa questão porque se as negociações não forem cumpridas
a fábrica será interditada, embora não seja esta a intenção da DRT", afirma Martins

Jornalista responsável - Eugênio Afonso
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