Operação liderada pela DRT embarga carvoaria
Salvador- Durante três dias, nove fazendas produtoras de carvão, da zona rural de Barra, município que fica no oeste baiano, a 807 km de Salvador, foram fiscalizadas pela Subdelegacia Regional do Trabalho de Barreiras. Todas as propriedades foram notificadas e uma carvoaria foi embargada por manter os trabalhadores em condições degradantes de sobrevivência. "Nessa fazenda, o limite do possível foi ultrapassado, sendo os trabalhadores reduzidos à condição análoga à de escravo", conta o subdelegado de Barreiras Edvaldo Santos.
A operação, conhecida como Arca de Noé, também composta por alguns órgãos ambientais, teve como objetivo eliminar o trabalho escravo da região. Os trabalhadores da carvoaria embargada dormiam em barracos de lona, em camas improvisadas ou no chão dentro de um forno. Além disso, eles tinham as compras descontadas por quinzena. "Um deles me disse que trabalhou durante 15 dias, de domingo a domingo, e só recebeu R$46", informa Edvaldo.
O proprietário dessa fazenda, Romilson Damasceno, terá que comparecer à Subdelegacia de Barreiras para se adequar às exigências legais. As demais carvoarias também mantinham seus funcionários sem carteira assinada, portanto deverão regularizar a situação deles e criar condições de alojamento, de acordo com o previsto em lei.
O principal foco da operação foi concentrado nas carvoarias da região. Foram encontrados 315 fornos e três foram destruídos por estarem na total clandestinidade. Além da falta de condição oferecida aos funcionários, essas carvoarias não possuíam licença ambiental junto ao CRA (Centro de Recursos Ambientais), órgão estadual de fiscalização.
Para o subdelegado Edvaldo, a maior dificuldade do trabalho é entrar em contato com as siderúrgicas, as principais beneficiárias com a exploração do trabalhador. "É difícil destrinchar o emaranhado e chegar aos responsáveis, pois eles fazem subcontratos, criam falsos empreiteiros e falsos arrendamentos. Tudo para dificultar a responsabilização trabalhista", esclarece, indignado.
Jornalista responsável - Eugênio Afonso
Estagiária - Tiara Rubim
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