Até dezembro deste ano, o Ministério do Trabalho e Emprego vai qualificar 1.000 jovens em dois estados
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Aula do Consórcio Social da Juventude Indígena
Brasília, 22/07/2008 - As aulas do Consórcio Social da Juventude Indígena já começaram na aldeia Piaraçu, no Mato Grosso. Desde a semana passada, 30 jovens participam da primeira fase da qualificação, com o curso brigada indígena anti-incêndio. Até dezembro deste ano, o CSJ do Xingu vai qualificar 1.000 jovens no Mato Grosso e no Pará.
As estruturas de produção da área deram margem para o Ministério do Trabalho e Emprego implantar o projeto, ampliando atividades produtivas já existentes ao engajar os jovens indígenas em atividades de beneficiamento de produtos agroflorestais, como óleo de copaíba, castanha do Brasil, pequi e essência de breu branco; em bioconstrução, produção de audiovisual e de mel.
"As estruturas produtivas já existem nas aldeias, o Ministério vem para dar escala a este trabalho. As primeiras oficinas-escola (agroflorestais) acontecem em parceria com Banco do Brasil e Sebrae; a produção audiovisual tem apoio do BID; as brigadas, da Casa Civil do Governo do Mato Grosso (Superintendência de Assuntos Indígenas) e do Corpo de Bombeiros, a parte pedagógica conta com o apoio da Universidade de Cuiabá e FUNAI, e a de logística, apoio da FUNAI, cujo termo de cooperação está em construção. Trata-se de um projeto construído em regime de parceria entre os órgãos, cada um atuando em sua área de competência", informa Marcos Fensterseifer Woortmann, supervisor de controle geral do Consórcio Social da Juventude do MTE .
Serão R$ 1.803.150,00 investidos no Programa, além de R$ 600.000,00 a serem repassados em bolsas diretamente aos alunos, em 6 parcelas de R$ 100,00. Participarão do Consórcio jovens indígenas habitantes das aldeias Kayapó Metuktire, Capoto Jarina, Piaraçú e Pykany. Além destes, os povos Juruna, Suyá, Panará,Tapajúna e Kayabi também serão contemplados.
"O Projeto é fundamental, pois atualmente a juventude indígena tem poucas perspectivas. Esta situação tem incentivado o aumento do consumo de bebidas alcoólicas, a utilização drogas, a prostituição e em muitos casos o suicídio. A proposta trabalha a perspectiva de inserção a partir do fortalecimento de atividades economicamente viáveis, ambientalmente sustentáveis e que respeitam a identidade cultural destes povos", enfatiza Quêner Chaves - assessor técnico de etnodesenvolvimento do Programa Brasil Local (MTE/Senaes/Fubra).
Projeto pioneiro - Além de ser o primeiro Consórcio Social da Juventude em prol das comunidades indígenas, o projeto atrai outras ações pioneiras. Desde novembro de 2007, as equipes da Secretaria de Economia Solidária (Senaes) e da Secretaria de Políticas Públicas e Emprego (SPPE), do Ministério do Trabalho e Emprego, visitaram o Quilombo de Alcântara, no estado do Maranhão, onde, pela primeira vez, passaram a trabalhar em conjunto no mesmo local. A ação serviu para a mapear as atividades produtivas das comunidades quilombolas de Alcântara e apontar os principais problemas.
O trabalho conjunto faz parte do Programa Brasil Local que, entre outras ações, buscou auxiliar na resolução da dificuldade de acesso ao crédito na região, para tanto contribuiu para implantação do Banco Comunitário Quilombola de Alcântara, o primeiro do gênero no País. Além de aperfeiçoar os grupos produtivos locais, o programa prioriza a inserção dos jovens capacitados pelo Consórcio Social Quilombola.
A idéia é agir de forma semelhante quanto ao Consórcio Social do Xingu. Para as aulas de segurança alimentar e psicultura, está sendo estruturada uma forma das áreas atuarem novamente, contando com o apoio do programa Brasil Local.
"A proposta é que os agentes do projeto que atuam na região possam contribuir na inserção dos jovens capacitados principalmente através da constituição de empreendimentos coletivos e no auxílio da comercialização da produção.Atualmente, o projeto vem trabalhando com indígenas nos Estados de AM, ES, RO, RR e SP, e dos 520 agentes, 14 são indígenas", reforça Chaves.
O Assessor frisa que os empreendimentos devem respeitar os preceitos da economia solidária de cooperação, autogestão, solidariedade e preservação do meio ambiente.
Programa Brasil Local - Desenvolvido para a geração de trabalho e renda por meio da economia solidária, o Brasil Local é um projeto, sob o comando da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, que incentiva a organização de empreendimentos geridos pelos próprios trabalhadores, facilitando o acesso a políticas públicas de incentivo, como capacitação, crédito comunitário, equipamentos formalização e escoamento da produção.
O apoio do projeto se justifica uma vez que o Consóricio Social da Juventude prevê atividades de empreendedorismo, no qual os indígenas deverão montar suas próprias cooperativas, a serem incubadas e assessoradas pelo Sebrae, Banco do Brasil e Senaes. O foco é aliar os conhecimentos tradicionais e os adquiridos durante o curso para que os jovens garantam a sustentabilidade e desenvolvimento de seus territórios, em consonância com suas culturas locais.
IBGE - De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), hoje no Brasil, entre mais de 570.000 pessoas auto-declaradas indígenas 266.456 (46%) não são economicamente ativas. O Consórcio Social da Juventude Indígena do Xingu, o Programa Brasil Local e seus parceiros trabalham na construção de uma perspectiva de sustentabilidade econômica para os territórios e populações indígenas, para gradualmente transformar positvamente a realidade dos povos indígenas por meio da capacitação dos jovens das comunidades e da promoção de seus conhecimento tradicionais aliados à procedimentos técnicos de sustentabilidade.
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