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O RENASCIMENTO DO EMPREGO INDUSTRIAL

O Brasil estabeleceu políticas públicas voltadas para os setores produtivos da economia. Por Luiz Marinho

 

A economia brasileira demonstra, desde 2004, grande capacidade de gerar emprego e renda de forma mais consistente, contrariando uma lógica comum no início da globalização de que a empresa, para ser competitiva, tinha de enxugar sua folha de pagamentos. A derrubada dessa tese é resultado de um conjunto de ações de governo, entre elas, o aumento dos investimentos, da ampliação de linhas de crédito - inclusive para setores exportadores -, do controle da inflação, do processo de redução da taxa de juros e da melhor distribuição da renda, que, juntos, privilegiaram a geração de emprego de qualidade para um número cada vez maior de trabalhadores.

 

O emprego na indústria vem reagindo de forma mais positiva ao crescimento da produção, ao contrário do que ocorreu nos anos 90. Enquanto no período de dezembro de 1985 a dezembro de 2002 a indústria de transformação registrou a eliminação de cerca de 4 mil empregos formais, nos anos de 2003 e 2004 foram criados 717 mil postos de trabalho formais (alta de 13,8%), de acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Em apenas dois anos foram gerados mais empregos formais na indústria de transformação do que nos 17 anos anteriores. E a recuperação continua. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados - Caged, no referido setor, foram gerados 68 mil postos celetistas no primeiro trimestre de 2006, o que representa 31,8% a mais do que no mesmo período de 2005.

 

Na década de 90, a indústria iniciou um processo brutal de reestruturação e amargou perdas com a abertura comercial e a prevalência de condução econômica marcada pela busca da estabilidade de preços. Esses fatores, somados à ausência de uma política industrial, resultaram em baixo crescimento econômico e na eliminação de milhares de postos de trabalho.

 

Mesmo quando a economia crescia, a resposta do emprego, em especial no setor fabril, era incompatível com o ritmo de crescimento da população economicamente ativa. Nesse contexto de busca pela sobrevivência em um mundo crescentemente globalizado e em um mercado interno de elevada concentração de renda, se disseminou a visão de que a reestruturação produtiva da indústria faria com que o setor não mais voltasse a ser importante fonte de emprego.

 

Entretanto, contrariando todas as expectativas, o Brasil reverteu o cenário negativo estabelecendo políticas públicas para os setores produtivos da economia e medidas de apoio ao setor produtivo. Reconhecendo a importância da indústria, foram colocadas em prática políticas tecnológicas e de comércio exterior. Com estratégias definidas e ações integradas e focadas, visando mudar o patamar competitivo da indústria brasileira a partir da inovação e diferenciação dos produtos, essas políticas foram implementadas com o propósito de inserir o país nos principais mercados do mundo. Tal reengenharia institucional representou importante avanço em relação a um período de várias décadas, no qual o Estado havia perdido a capacidade de formular e coordenar uma política consistente voltada para o setor manufatureiro.

 

Era preciso, porém, fazer mais para incrementar a economia e gerar empregos no setor. O BNDES criou programas como o de Modernização do Parque Industrial Nacional e o de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica, assim como aqueles voltados para a infra-estrutura. Os desembolsos do BNDES para a indústria de transformação cresceram de R$ 17,2 bilhões em 2002 para R$ 23,1 bilhões em 2005 (alta de 34,5%).

 

A expansão das exportações e do crédito também favoreceram o setor secundário. As vendas de manufaturados para o exterior cresceram de US$ 33 bilhões em 2002 para US$ 65,1 bilhões em 2005 e o crédito alcançou 31,6% do PIB em março de 2006, sendo este último o maior patamar desde novembro de 1997.

 

Como resultado, a produção industrial, segundo os dados da pesquisa mensal do IBGE, cresceu ao ritmo de 3,8%a.a. de 2003 a 2005, enquanto a produção de bens de consumo duráveis teve média anual de crescimento de 11,8%. No primeiro trimestre de 2006, a produção da indústria cresceu 4,6% em relação ao mesmo período de 2005, reforçando a expectativa de continuidade do crescimento do setor fabril em 2006.

 

O governo também está atento às turbulências que podem afetar o emprego, como a flutuação cambial, e está construindo medidas de apoio aos setores produtivos , de forma a garantir a competitividade da indústria doméstica no mercado internacional. O atual processo de redução das taxas de juros deve reverter a tendência de valorização e contribuir para um ajuste do câmbio, assim como estimular investimentos na modernização da indústria nacional. Cabe destacar, também, a reativação da Política Industrial.

 

Para dinamizar a geração de empregos é preciso dar continuidade ao crescimento econômico, a ampliação da capacidade produtiva e a modernização da infra-estrutura do país. Também é preciso encontrar mecanismos de apoio para os setores sobreviverem a períodos de transição, como este, provocado pela flutuação cambial. Com isso, será possível ampliar as exportações - trazendo divisas externas para propiciar a remuneração do capital estrangeiro aqui investido - e, mais importante, garantir a inclusão de um número maior de pessoas no mercado consumidor interno.

 


Luiz Marinho

* Artigo publicado no(a) Jornal Valor Econômico em 02 de Junho de 1996.



 



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