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Brasília, 04/12/2014 - Uma grande manifestação reuniu lideranças de movimentos sociais, sindicais e entidades de apoio à pessoa com deficiência em frente ao Theatro Municipal de São Paulo, dia 3 de dezembro último, data em que se comemora o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.

 

O tema deste ano abordou o “Direito ao Trabalho” e teve como símbolo a luta pela reintegração da cantora lírica Margarete Loureiro, que possui uma deficiência física adquirida por meningite na infância e que foi demitida pelo Instituto Brasileiro de Gestão Cultural, organização social que administra a entidade, após atuar por 19 anos e quatro meses no Coral Lírico e Paulistano.

 

“O Ministério do Trabalho está aqui porque quer ver a Lei de Cotas sendo cumprida neste país e porque lutamos para que bom-senso prevaleça no caso do Theatro Municipal. Ninguém que está aqui acha justo demitir pessoas com deficiência, músicos à véspera da aposentadoria sem nenhum direito trabalhista”, afirmou o superintendente do Trabalho e Emprego em São Paulo, Luiz Antonio Medeiros, durante o evento. 

 

O evento contou com a apresentação da percussão da Nurap (Aprendizagem Profissional e Assistência Social), dos músicos da Laramara (Associação Brasileira de Assistência à Pessoa com Deficiência Visual) e de diversos grupos musicais que foram levar seu apoio aos cantores  líricos. “Sinto na pele o problema que todas as pessoas com deficiência deste país sentem. As Leis existem no papel, mas a realidade é diferente”, afirmou Margarete Loureiro, funcionária do Theatro demitida juntamente com outros colegas.

 

“As pessoas que trabalham com música, que alegram esse país, não podem abaixar a cabeça para tamanho desrespeito. Os direitos trabalhistas existem para todos e devem proteger os deficientes”, disse Jerson Tajes, o Alemão, presidente do Sindicato dos Músicos de São Paulo.

 

 “A luta pela reintegração dos cantores líricos une todos nós. Na maior cidade do país demitir pessoas idosas e com deficiência sem nenhum motivo é inadmissível. Não vamos sair das ruas até que ocorra a reintegração”, disse Donato Rodrigues, diretor do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas (Sindinapi) que esteve no ato junto com outros sindicatos como Comerciários, Metalúrgicos e Processamento de Dados de São Paulo.

 

Participaram do Ato centrais sindicais, como a União Geral dos Trabalhadores (UGT), Força Sindical e Central de Sindicatos Brasileiros (CSB) e teve apoio de órgãos públicos como a Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho de São Paulo, Secretaria de Municipal de Saúde de São Paulo, Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Inclusão de Osasco e entidades como a AVAPE (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência) e o Espaço Cidadania.

 

O representante da Força Sindical, João Batista da Costa, afirmou que “estamos aqui para protestar contra essas demissões vergonhosas. Não se pode jogar na rua impunemente pessoas com mais de 20 anos de trabalho”. E o representante do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Claudio Prado, completou: “Uma OS não pode pegar dinheiro público para demitir deficientes e fazer o que bem entende. Estamos juntos na luta pela readmissão desses trabalhadores e para que se cumpra a Lei de Cotas”.

 

 

 

Com informações da SRTE/SP