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Consórcio Social da Juventude forma Brigada Indígena Anti-Incêndio

Jovens de etnias indígenas capacitados pelo MTE comemoram resultados da primeira fase: redução em 80% dos focos de calor na região de Capoto-Jarina, no Xingu

Foto: CSJ Xingu

Com 30 integrantes das etnias Caiapó, Juruna, Panará e Trumai capacitados, a Brigada é pioneira por ser formada e liderada apenas por jovens indígenas

Brigada Indígena Anti-Incêndio|

Com 30 integrantes das etnias Caiapó, Juruna, Panará e

Trumai capacitados, a Brigada é pioneira por ser formada

e liderada apenas por jovens indígenas

 

Brasília, 01/10/2008 - Uma redução de mais de 80% na incidência de focos de calor na região de Capoto-Jarina, localizada no baixo Xingu, Mato Grosso. Esse é o resultado da atuação da Brigada Indígena Anti-incêndio que está sendo capacitada desde o início deste ano em uma das onze oficinas oferecida pelo Consórcio Social da Juventude Indígena - uma parceria do Ministério do Trabalho e Emprego com a Fundação Nacional do Índio (Funai), o governo do estado do Mato Grosso, representado pelo Corpo de Bombeiros e pela Superintendência de Assuntos Indígenas, entre outras entidades.

Com 30 integrantes das etnias Caiapó, Juruna, Panará e Trumai capacitados, a Brigada é pioneira por ser formada e liderada apenas por jovens indígenas. "A importância desta oficina para a população indígena é que ela enfatiza e traz para a prática o festejado conceito de autodeterminação dos povos, conforme preceitua  a Constituição Federal brasileira e a legislação pertinente. A idéia é que esses indígenas, assim que capacitados, se tornem multiplicadores em potencial dentro e fora de suas aldeias", lembra o major do Corpo de Bombeiros e instrutor de capacitação Alessandro Mariano Rodrigues.

Durante a primeira fase do projeto - que se estendeu de junho a agosto - a Brigada Indígena Anti-incêndio conseguiu reduzir consideravelmente o número de focos de calor na região de Capoto-Jarina, "um oásis verde localizado no extremo norte de Mato Grosso inserido no chamado 'Arco do Desflorestamento'", como enfatiza o major Mariano. Basta observar que a Brigada, por meio do Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais, conseguiu reduzir os 93 focos registrados em 2007 para apenas 19 ocorrências até a primeira quinzena deste mês de setembro.

"Antigamente era normal para o índio colocar fogo na mata e no cerrado para poder caçar e colher. Mas agora a gente sabe que tem que cuidar mais da floresta, pois ela está morrendo, e é por isso que a Brigada é importante. Além disso, a gente está incentivando nossos vizinhos a limparem em volta da roça antes de atearem fogo, para que ele não se espalhe", diz o administrador regional da FUNAI em Colider e um dos idealizadores do projeto, Megaron Txucarramãe.

Vale lembrar que o Consórcio Social da Juventude Indígena está capacitando e profissionalizando os jovens com as normas trabalhistas nacional e os requisitos estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), bem como garantindo a estruturação da brigada com equipamentos, ferramentas, telemática e instalação física. Ademais o curso conta com aulas de educação ambiental aplicada, primeiros socorros, queima controlada, prevenção e controle de incêndio florestal, formação de brigadas, procedimentos de emergência, cartografia de risco, patrulhamento ambiental, silvicultura de prevenção, campanhas educativas, operações aerotransportadas, comunicação e vigilância.

Outro destaque do projeto é que, terminado o período de capacitação, os 30 participantes continuarão a receber acompanhamento permanente do governo do estado, por meio da Superintendência de Assuntos Indígenas; do Corpo de Bombeiros Militar do estado de Mato Grosso e da Fundação Nacional do Índio, bem como a estrutura continuará sendo mantida pelas instituições de apoio.

A segunda fase do programa se inicia em outubro e terá carga-horária estimada de 400 horas/ aulas.

CSJ Xingu - O primeiro Consórcio Social da Juventude direcionado exclusivamente aos povos indígenas tem como meta a qualificação de mil jovens - e a inserção de 300 no mercado de trabalho por meio do cooperativismo e do associativismo - entre os onze quadros profissionais oferecidos.

Enquanto a qualificação básica conta com cursos de Cidadania e Desenvolvimento sustentável; Segurança Alimentar; Saúde e Prevenção de Doenças; Educação Indígena; Patrulhamento ambiental e controle de fronteiras; e Inclusão Digital; a qualificação profissional possui Oficina de pesca e piscicultura; Oficina de produção de audiovisual e televisão; Oficina de Comunicação e Marketing Social; Oficina Agroextrativista, de segurança alimentar e de promoção dos saberes tradicionais indígenas; e Oficina de Joalheria, artesanato e vestuário.

 

Assessoria de Imprensa do MTE
(61) 3317 - 6537/2430 - acs@mte.gov.br






 



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