Setor teve crescimento de 13,08% no número de carteiras de trabalho assinadas. Em dois estados, a alta ultrapassou 30%. Mais crédito para a casa própria, mais imóveis, mais empregos
Brasília, 18/01/2008 - O ano do emprego foi também o ano da Construção Civil. Em 2007, este foi o setor da economia que teve a maior taxa de crescimento. O saldo recorde de 176.755 empregos gerados representou uma expansão de 13,08% no total de novos trabalhadores com carteira assinada no setor - mais do que o dobro dos índices alcançados pelo Comércio (6,5%), Indústria de Transformação (6,1%) e Serviços (5,3%). E acima da média de crescimento de vagas formais em todo o Brasil (5,85%).
"A pujança da Construção Civil no ano passado se deu por conta da demanda reprimida que havia no setor e que começou a ser atendida. Hoje o trabalhador consegue comprar a casa própria por conta das facilidades de crédito. As decisões do Conselho Curador do FGTS não só reforçaram a rentabilidade dos investimentos como garantiram políticas públicas inéditas", destacou o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, no lançamento dos dados de 2007 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
São Paulo foi o estado que registrou o maior número de contratações no ano passado, com 65.926 novos trabalhadores formais. Seguido por Minas Gerais (20.699), Rio de Janeiro (13.234) e Bahia (9.499). Mas há outros estados em que o mercado de trabalho na Construção Civil ficou ainda mais aquecido, apresentando taxa de crescimento exponencialmente superior à média nacional. Destaque para o Tocantins, que teve alta de 49,86% nos contratos com carteira assinada no setor. Amazonas também gerou alta significativa de emprego na Construção: 30,09%.
Como destacou o ministro Carlos Lupi, a facilidade de crédito para a construção de novos imóveis levou ao aumento na procura por profissionais como pedreiros, auxiliares, mestres de obra, engenheiros.
Facilidades de financiamento - Ao longo de 2007, a habitação recebeu significativo aporte de dinheiro e facilitação de crédito por conta de ações do governo. Em maio, o Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) aprovou redução da taxa de juros de 8% para 6,5% ao ano para financiar a compra de imóvel para a população que ganha entre R$ 3.900 e R$ 4.900. Um extra de R$ 1,8 bilhão para financiamento da casa própria foi aprovado no ano passado.
Em julho, o Conselho Curador também deu aval a resolução que ampliou de quatro para seis salários-mínimos a renda de famílias que podiam pagar até 80% do valor da prestação de imóveis residenciais com recursos do FGTS. No mês seguinte, o Conselho ampliou ainda a faixa de renda bruta familiar para financiamentos nas capitais e regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Região Integrada do Distrito Federal e Entorno (RIDE) e demais capitais das regiões Sul e Sudeste.
Mais para 2008 - E a expectativa do Ministério do Trabalho e Emprego é que o setor da Construção Civil continue apresentando taxas elevadas de crescimento na contratação de trabalhadores com carteira assinada. É que a concessão de crédito foi ampliada logo no início deste ano. A partir de janeiro de 2008, o trabalhador que possui conta vinculada ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço há mais de três anos passou a ter vantagens maiores na hora de financiar imóveis novos e usados com recursos do FGTS. É que começaram a valer as mudanças aprovadas pelo Conselho Curador do Fundo que beneficiam diretamente os detentores de conta vinculada. Entre as medidas, o destaque é a criação do Pró-Cotista, uma linha especial destinada a financiar habitação com valor de até R$ 350 mil.
Até então, apenas trabalhadores com renda mensal de até R$ 4,9 mil podiam buscar os recursos. A mudança beneficia 26,5 milhões de pessoas, que podem a partir de agora financiar 70% do valor dos imóveis (até R$ 245 mil). A taxa é de 8,66% ao ano mais TR.
Além disso, o Conselho aprovou também a redução em 0,5 ponto percentual para a linha de Habitação Popular destinada aos cotistas. Assim, os juros passam a ser de 7,66% mais TR para os trabalhadores com conta vinculada - os menores do mercado.
Em 2008, o orçamento do FGTS para habitação popular chega a R$ 8,4 bilhões.
DESEMPENHO DO EMPREGO NA CONSTRUÇÃO CIVIL EM 2007
ESTADO | NÚMERO DE VAGAS COM CARTEIRA ASSINADA |
VARIAÇÃO RELATIVA |
---|---|---|
Acre | -308 | -7,52% |
Alagoas | -137 | -1,02% |
Amapá | 93 | 2,80% |
Amazonas | 5.185 | 30,09% |
Bahia | 9.499 | 11,25% |
Ceará | 3.531 | 9,98% |
Distrito Federal | 2.945 | 7,76% |
Espírito Santo | 1.276 | 3,08% |
Goiás | 5.000 | 13,57% |
Maranhão | 3.259 | 17,12% |
Mato Grosso | 2.979 | 19,71% |
Mato Grosso do Sul | 2.612 | 20,08% |
Minas Gerais | 20.699 | 10,20% |
Pará | 3.761 | 10,00% |
Paraíba | 1.690 | 12,12% |
Paraná | 8.011 | 12,91% |
Pernambuco | 5.820 | 13,27% |
Piauí | -817 | - 3,57% |
Rio de Janeiro | 13.234 | 9,13% |
Rio Grande do Norte | 813 | 3,37% |
Rio Grande do Sul | 8.036 | 12,17% |
Rondônia | 244 | 4,30% |
Roraima | 746 | 19,58% |
Santa Catarina | 6.113 | 13,79% |
São Paulo | 65.926 | 19,86% |
Sergipe | 1.809 | 11,06% |
Tocantins | 4.736 | 49,86% |
Para consultar os dados do Caged, clique aqui
Assessoria de Imprensa do MTE
(61) 3317-6537/6540 -acs@mte.gov.br
Arquivos Relacionados:
Para ouvir esta notícia clique aqui - Audio