Qualificação profissional e valorização da capacidade feminina de liderança abrem as portas do alto escalão dos escritórios para as executivas
Brasília, 09/03/2009 - Entre as 16 milhões de mulheres no mercado de trabalho formal brasileiro atualmente, algumas se destacam por terem alcançado posições de destacada liderança. Profissionais à frente do comando de grandes empresas, gerindo milhares de trabalhadores e administrando milhões de reais. À frente da Caixa Econômica Federal, maior banco público da América Latina, está Maria Fernanda Ramos Coelho. Jornalista com mestrado em Administração e funcionária do banco desde 1984, a pernambucana de 47 anos chegou à presidência da instituição em 2006, a convite do presidente Lula, e hoje lidera 11 vice-presidentes, 10 deles homens.
Para Maria Fernanda, as mesmas características femininas que eram vistas de forma preconceituosa, por serem associadas a fragilidades, hoje são vantagens no mundo corporativo. "Muito mais que gênero, hoje o mundo corporativo valoriza elementos como a capacidade de trabalhar em equipe, liderança, foco nos resultados, ética nos negócios, compromisso. Não são necessariamente características femininas de gestão, mas característica de pessoas", analisa.
A executiva comemora os avanços femininos no mercado de trabalho desde o início da sua carreira, diz que hoje há maior participação das mulheres em todos os aspectos da vida profissional, no mundo da política e das empresas e que os valores femininos podem contribuir para a melhoria da gestão das instituições. "Acredito que o aprofundamento das políticas públicas que visem, especificamente, estimular a equidade nas empresas, garantindo tanto empregabilidade quanto níveis salariais equânimes entre homens e mulheres, contribuem para aperfeiçoar o mercado de trabalho e efetivamente universalizar os direitos de cidadania", diz.
"Temos exemplos de sucesso profissional alcançados por mulheres, como a ministra da Casa Civil, Dilma Houssef, a ministra Nilcéia Freire. No mundo, Angela Merkel e Michelle Bachelet, são pioneiras em assumir o poder em seus países. Ellen Johnson Sirleaf foi eleita presidente da Libéria e também é a primeira a assumir o poder em um país do continente africano", lista a presidente da CAIXA.
Dois estudos sobre empreendedorismo feminino realizados pela psicóloga Eva Jonathan, mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, mostram que auto-realização, eficiência e lucros foram os critérios utilizados para avaliar sucesso. "Para estas mulheres empreendedoras, família e trabalho constituem um duplo desafio que é enfrentado positivamente, diferentemente da experiência negativa, eivada de restrições e imposições, sugerida pela expressão 'dupla jornada' que tende a qualificar a inserção da mulher no mundo do trabalho", relata.
Segundo o diretor de Marketing da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RJ), Joaquim Lauria, a ascensão da mulher no mercado de trabalho aos níveis executivos melhorou muito o trabalho dos headhunters - os caçadores de talentos profissionais. "Os exemplos altamente positivos que temos visto de mulheres que assumem o poder são muitos. Isso é uma transformação cultural muito importante; não existe mais o preconceito de gênero quando buscam alguém com alta qualificação. Mais do que ser homem ou mulher, hoje importa muito mais a postura que o profissional tem para gerenciamento de situações de risco", ensina Lauria.
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