A forma de apregoar a qualidade e o preço do produto gritando e dizendo gracejos, o poder de persuasão e a cordialidade são características marcantes dos feirantes
Foto: Maristela Leitão
Dona Lauricita tem uma barraca de cereais na feira do
Guará, há mais de trinta anos. Na clientela consta até
estrangeiros
Brasília, 25/08/2008 - "Moça bonita não paga, mas também não leva". É assim, aos gritos e gracejos, que os feirantes ganham a vida. Ambiente repleto de sons, cheiros e cores, as feiras são fenômenos econômicos e sociais muito antigos, conhecidos pelos gregos e romanos. A Bíblia traz indícios da existência de feiras na época de Jesus Cristo. No entanto, as feiras surgiram, oficialmente, na idade média com a formação dos excedentes de produção e a necessidade de trocar mercadorias.
No Brasil, esse tipo de comércio foi herdado dos tempos coloniais. Começaram a se popularizar no início do século vinte e até hoje muitas pessoas mantém o hábito de fazer compras nas feiras livres espalhadas pelo país.
Os supermercados se proliferaram e com eles as modernas estratégias de venda. Mas o popular e democrático comércio das feiras resiste com os feirantes mantendo o mesmo método de venda utilizado há séculos. Nestes locais não há patroas e empregadas. Todos são iguais e tratados com a mesma atenção e respeito.
Profissão - Tão antiga quanto às feiras, é a profissão de feirante. No Regime da Previdência Social (INSS) estão enquadrados na categoria de contribuinte individual e na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) estão inscritos sob código 5242-05. De acordo com dados do Registro Anual de Informações Sociais (RAIS), os feirantes empregados são mais de 2 mil. Destes, pouco mais de 1.500 são homens e 611 são mulheres. No entanto, esta é uma profissão onde predomina o trabalhador autônomo, sem vínculo empregatício e não se sabe ao certo quantos são estes profissionais no país.
O que eles fazem - Trabalham vendendo mercadorias nas vias públicas, por conta própria, individualmente ou em equipe. Ocupam pontos fixos ou móveis, sob permissão governamental. Os produtos mais tradicionais das feiras são as frutas e os legumes, que devem ser vendidos bem frescos. Uma das características do feirante é a forma de apregoar a qualidade e o preço do produto, gritando e dizendo gracejos.
Formação, experiência e recursos profissionais - Com nível de escolaridade heterogêneo, os feirantes precisam de pelo menos cinco anos para desempenhar plenamente suas atividades, adaptando-se aos horários e às condições de trabalho. Como os demais profissionais, o feirante deve exercer seu trabalho com ética, ter um bom relacionamento com os clientes e colegas, poder de persuasão, cordialidade e autoconfiança. Além disso, o profissional do comércio livre precisa atentar para as questões de higiene, usando uniforme e preservando limpo o local de trabalho.
Saiba mais sobre a profissão clicando no site http://www.mtecbo.gov.br/busca.asp.
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