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Estudo mostra rotatividade do mercado de trabalho

Segundo o Dieese, Brasil apresenta tempo médio de trabalho mais baixo na comparação com 25 países. Livro foi lançado por meio da parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego

Brasilia, 22/11/2011 – O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, participou nesta terça-feira (22), em Brasilia, do lançamento do livro Rotatividade e Flexibilidade no mercado de Trabalho. O estudo, realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese), em convênio com o Ministério do Trabalho e Emprego, mostra que, apesar da melhora da economia, as taxas de rotatividade de mão de obra no mercado de trabalho brasileiro têm aumentado.

Segundo o levantamento, apesar do aumento do emprego formal, as elevadas taxas de rotatividade continuaram a crescer na década passada. De um patamar de 45%, em 2001, atingiram 52,5%, em 2008, ano da crise internacional, para depois recuar, em 2009, para 49,4% e subir novamente para 53,8%, em 2010.

“Esse estudo é muito importante, pois vai servir para que tenhamos uma fotografia real do que acontece no mercado de trabalho, e para aprofundarmos o que é a rotatividade. O Ministério do Trabalho e Emprego tem trabalhado para coibir alguns procedimentos; por exemplo, temos o Portal Mais Emprego, que faz com que o trabalhador, ao dar entrada no seguro-desemprego, seja encaminhado para uma vaga”, disse Lupi, ao participar do evento de lançamento.

Para o Diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, a rotatividade no Brasil é pró-cíclica, ou seja, ao mesmo tempo em que o mercado contrata, também cresce o contingente de rotatividade. “Não existe um fenômeno único, mas sim várias fotografias, já que parte da rotatividade está ligada a atividade econômica, como agricultura e construção civil”, explicou.

Estabelecimentos – O Dieese destaca ainda que, em 2009, 111 mil estabelecimentos (5,5%) foram responsáveis por 12,3 milhões de demissões, (62%) do total dos 19,9 milhões de desligamentos ocorridos no ano. Em 2008, 112 mil estabelecimentos (5,7 %) responsabilizaram-se por 12,9 milhões (64%) do total de 20,3 milhões de desligamentos. Em 2007, foram 93,5 mil estabelecimentos (5,1%) os que realizaram 10,5 milhões de demissões (61%) do total de 17 milhões de desligamentos do ano.

Considerando o total de estabelecimentos do universo da RAIS no ano e não apenas os que demitiram, eles representam 3,5% do total e são responsáveis por mais de 60% dos desligamentos nestes anos. Os resultados, atualizados para 2010, indicam que 126 mil estabelecimentos (5,8%) foram responsáveis por 14,4 milhões (63%) dos 22,7 milhões de desligamentos no ano.

“Pouco menos de dois terços dos desligamentos anuais foram realizados por cerca de 6% do total dos estabelecimentos, que demitiram trabalhadores durante esses exercícios da RAIS”, destacou o diretor do Dieese.

O livro mostra que houve melhora nos níveis de ocupação e da massa salarial, discreta recuperação da renda, queda do desemprego e aumento do emprego formal. Entre 2003 a 2009, o total de vínculos empregatícios no ano cresceu 49,5%, ao passar de 41,9 milhões para 61,1 milhões. Já os vínculos empregatícios ativos entre 31/12/2002 e 31/12/2009 registraram elevação de 43,66% no período, o que equivale à geração de 12,5 milhões de empregos. Ao mesmo tempo, o número de desligados no período também aumentou, passando de 12,2 milhões em 2003 para 19, 9 milhões em 2009.

 A publicação está disponível para download em http://www.dieese.org.br/livroRotatividade11.pdf.

 

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