Trabalho aponta inadequações de móveis e utensílios utilizados pelas bordadeiras, causadores de problemas posturais
São Paulo, 13/11/2008 - As profissionais bordadeiras ganharam um importante aliado na prevenção de problemas relacionados com a má postura no trabalho. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecções de Bordados de Ibitinga e Região - representante da categoria - recebeu da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), o relatório de riscos ergonômicos relacionados ao meio ambiente de trabalho nas fábricas de bordados.
O trabalho realizado pelo pesquisador da Fundação Ricardo Serrano foi entregue na sexta-feira (07). Estiveram presentes no ato a presidente do sindicato, Josineide de Camargo Souza, a diretora, Eleuza de Cássia Bufelli Macari e o presidente da Federação do Trabalho de Confecção, João Lima.
O relatório aponta inadequações nos móveis, utensílios e locais de trabalho - especialmente nas cadeiras para operadores de máquinas utilizadas pelas bordadeiras - que causam problemas posturais e levam as profissionais ao afastamento do trabalho. Entre um bordado e outro, são centenas de trabalhadoras que exercem suas funções em período integral e, intrínsecos à atividade, passam o tempo todo sentadas e curvadas.
Em abril de 2008, o Sindicato encaminhou ofício à Fundacentro com o objetivo de obter um relatório técnico que pudesse contribuir para a redução no número de afastamento do trabalho, sendo que em muitas situações as cadeiras utilizadas na indústria de bordados estão fora da Norma Regulamentadora 17 e das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Para Serrano, responsável também pela entrega, em 2002, de relatório semelhante ao Sindicato de Birigui, região calçadista de São Paulo, a atividade das bordadeiras exige muita movimentação dos membros superiores. "As costureiras utilizam de vários subterfúgios para minimizarem as dores, como, por exemplo, o uso de almofadas para tornarem o assento e encosto das cadeiras mais confortáveis", observa o pesquisador.
Além do aspecto físico, Serrano pontua que é fundamental que os fornecedores e fabricantes de cadeiras, comprovem a qualidade das mesmas e que façam modificações na própria mesa de costura que podem ser as de overloque, interloque, galoneira e outras.
Em breve, a Fundacentro irá apresentar em projeto-piloto, produção de vídeo elaborado pelo Setor de Recursos Instrucionais da entidade, imagens feitas em empresas, o qual será levado a uma comissão tripartite para a elaboração de acordo coletivo no segmento.
Assessoria de Imprensa Fundacentro