Imprensa

Imprensa
  Clique para retornar à página inicial.

Data


 
 


 


Atenção para o novo prefixo dos telefones do MTE: 2031
Esplanada dos Ministérios
Bloco F - CEP: 70056-900
Brasília - DF

Telefone: (61) 2031-6000

Horário de atendimento:
segunda a sexta,
das 8:00 às 18:00





Notícia






Receba notícias do MTE em tempo real.

Grupo Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego intensifica ações contra trabalho escravo

Governo e MTE definiram o setor sucro-alcooleiro como prioridade da Fiscalização do Trabalho desde início de 2007. Resultado vem em números: recorde nos resgates

Foto: Naila Oliveira

Grupo Móvel foi criado pelo governo para combater a utilização ilegal de mão-de-obra e vem conseguindo obter resultados significativos na retirada dos trabalhadores das condições de degradância e exploração

O Grupo Móvel foi criado pelo governo para combater a

utilização ilegal de mão-de-obra e vem conseguindo obter

resultados significativos na retirada dos trabalhadores

das condições de degradância e exploração

 

Brasília, 28/05/2008 - Desde 1995, 28.786 trabalhadores foram resgatados pelo Grupo Especial Móvel de Fiscalização do Trabalho Escravo, coordenado pela Secretaria de Inspeção do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego. O Grupo Móvel foi criado pelo governo para combater a utilização ilegal de mão-de-obra, principalmente em propriedades rurais, e vem conseguindo obter resultados significativos na retirada dos trabalhadores das condições de degradância e exploração.

Em 2007, as ações de fiscalização bateram um recorde 5.999 homens e mulheres foram resgatados, em 116 operações em todo país. Este ano, até 7 de maio, 1.019 trabalhadores já foram resgatados, recebendo todos os direitos trabalhistas.

De acordo com o coordenador do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, da Secretária de Inspeção do Trabalho do MTE, Marcelo Campos, a exploração escrava moderna se caracteriza por fatores bem específicos. "O cerceamento da liberdade do trabalhador: seja por não oferecer condições de locomoção ou mantê-lo sob vigia; obrigá-lo a trabalhar por dívida; submetê-lo a jornadas exaustivas ou submetê-lo a condições de trabalho degradantes são hipóteses que caracterizam o trabalho análogo ao de escravo".

O Artigo 149 do Código Penal trata como crime submeter alguém a condições análogas ao de escravo. Ela existe desde o início do século passado, como uma extensão, no campo penal, da Legislação Trabalhista no meio rural (lei n.º 5.889 de 08/06/1973). A Organização Internacional do Trabalho (OIT) trata do tema nas convenções número 29, de 1930, e a 105, de 1957 que dispõem sobre a eliminação do trabalho forçado ou obrigatório em todas as suas formas - ambas ratificadas pelo Brasil.

O MTE atuando - As ações de repressão ao trabalho escravo iniciam, quase sempre, com uma denúncia, geralmente de um trabalhador fugitivo, que não se submete as condições do empregador e procura ajuda. "Com a denúncia em mãos o grupo busca confirmar o relatado pelo trabalhador e infelizmente, na maioria das vezes, o que encontramos não deixa dúvidas quanto o uso ilegal da mão-de-obra", avalia Campos.

Dentre as condições encontradas pelos auditores, a falta de alojamentos adequados e sem a mínima higienização e conforto, a não utilização de equipamentos de segurança, a carga horária excessiva e a cobrança no salário do trabalhador das despesas com comida, equipamentos de segurança, remédios, alojamentos e outras necessidades básicas que devem ser de responsabilidade do empregador, são as mais comuns. "A dívida do trabalhador com o empregador é a forma mais comum de servidão. Como ele acredita que deve ao patrão, trabalha para quitar essa dívida que nunca é saldada, pois a cada mês ele adquire mais despesas", relata.

Cana-de-açúcar - O projeto de consolidar o protagonismo brasileiro no mercado internacional de biocombustíveis e de diversificar a matriz energética nacional para garantir condições de crescimento sustentável em muito se beneficiará de medidas que contribuam para elevar os padrões sócio-laborais dos trabalhadores envolvidos com a produção desse insumo. Para materializar esse objetivo, o MTE estabeleceu, no início de 2007, que o segmento sucro-alcooleiro seria um dos setores a serem priorizados pela Fiscalização do Trabalho, com adoção de medidas preventivas e ostensivas, em razão da ocorrência de condições degradantes de trabalho nessa atividade.

Diante das informações sobre as distintas condutas de fiscalização adotadas nos diferentes estados, fez-se necessária a definição de um modelo padrão de atuação da fiscalização no setor, a fim de se homogeneizar a conduta dos Auditores Fiscais do Trabalho diante de algumas irregularidades que são comuns a todos os estabelecimentos do setor sulcro-alcooleiro.

Na linha da prevenção, a Secretaria de Inspeção do Trabalho criou uma Notificação Preventiva para o setor onde estão definidos requisitos mínimos de condições de trabalho, com o objetivo de afastar a possibilidade de degradância das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores.

O crescimento do número de trabalhadores resgatados no setor sucro-alcooleiro reflete exatamente a preocupação do governo brasileiro em intensificar a presença repressiva dos agentes do Estado neste segmento econômico. O compromisso do atual governo é manter esse padrão de fiscalização.

Lista suja - Para coibir o uso ilegal de mão-de-obra análoga a de escravo, o governo criou em 2004 um cadastro onde figura os empregadores flagrados praticando a exploração. Ao ser inserido nesse cadastro, o infrator fica impedido de obter empréstimos em bancos oficiais do governo e também entra para a lista das empresas pertencentes à "cadeia produtiva do trabalho escravo no Brasil". O cadastro é utilizado pelas indústrias, varejo e exportadores para a aplicação de restrições e não permitir a comercialização dos produtos advindos do uso ilegal de trabalhadores.

Foi a partir da sua publicação, com casos comprovados de empresas flagradas e autuadas por trabalho escravo que foi possível a identificação da cadeia produtiva do trabalho escravo. Ela Inicia na propriedade rural que consta na Lista, passando por seus compradores primários e intermediários, até chegar aos mercados consumidores finais. Foi também pela publicação da Lista Suja que o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Brasil suspenderam a concessão de créditos agrícolas dos Fundos Constitucionais aos integrantes da lista. O fundamental é que as empresas que estão na ponta, sejam do comércio ou da indústria, assumam a responsabilidade de verificar se lá no início há eventualmente uso de mão-de-obra escrava.

Pacto Nacional - Como sinal de comprometimento da sociedade com a erradicação do trabalho escravo, surge em 2005 o Pacto Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo. Articulado pelo Instituto Ethos, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a ONG Repórter Brasil, o Pacto se tornou uma referência. O Pacto tem também a intenção de modernizar as relações de trabalho nas cadeias produtivas dos setores signatários, para o cumprimento da legislação trabalhista e previdenciária e desenvolvimento de ações preventivas da saúde e segurança dos trabalhadores.

Entre as medidas sugeridas estão restrições comerciais, apoio às ações de reintegração social e laboral dos egressos do trabalho escravo, apoio às ações de informação e orientação aos trabalhadores, campanhas de esclarecimento e aperfeiçoamento.

Grupo Móvel - Além de auditores fiscais do Trabalho do MTE, participam do Grupo Móvel procuradores do Ministério Público do Trabalho e a Polícia Federal. No ano passado o Grupo realizou um total de 116 ações, resgatando um total de 5.999 trabalhadores de situação análoga a de escravo ou degradante de trabalho. Em 2008 já foram resgatados 1.019 trabalhadores, num total de 23 ações realizadas. O Grupo fiscalizou 49 estabelecimentos, registrando 336 trabalhadores sob ação fiscal, com um total de 1.056.988,39 pagos em indenizações trabalhistas.

 

QUADRO GERAL DAS OPERAÇÕES DE
FISCALIZAÇÃO MÓVEL 1995 a 2008
Ano N.º
Operações
Fazendas
Fiscaliz.
Trab.
Registrados
Trab.
Resgatados
Pag. de
Indenização
Ais
Lavrados
2008 23 49 336 1.019 1.056.988,39 981
2007 116 206 3.637 5.999 9.914.276,59 3.136
2006 109 209 3.454 3.417 6.299.650,53 2.772
2005 85 189 4.271 4.348 7.820.211,26 2.286
2004 72 275 3.643 2.887 4.905.613,13 2.465
2003 67 188 6.137 5.223 6.085.918,49 1.433
2002 30 85 2.805 2.285 2.084.406,41 621
2001 29 149 2.164 1.305 957.936,46 796
2000 25 88 1.130 516 472.849,69 522
1999 19 56 * 725 * 411
1998 17 47 * 159 * 282
1997 20 95 * 394 * 796
1996 26 219 * 425 * 1.751
1995 11 77 * 84 * 906
TOTAL 649 1.932 27.577 28.786 39.597.850,95 19.158

* Dados não computados a época              
Atualizado em 07/05/2008        
Fonte: Relatórios de Fiscalização Móvel

Mais informações: - Trabalhadores são resgatados por helicóptero em fazenda no Pará 

 

Assessoria de Imprensa do MTE
(61) 3317 - 6537/2430 - acs@mte.gov.br






 



Webmail MTE | Todos os direitos reservados MTE © 1997-2008



Selo de aprovação de acessibilidade.
CSS válido! |


Contador de páginas