Brasília, 22/10/2007 - Em uma das operações que marcam a retomada do Grupo Especial Móvel de Fiscalização do Trabalho Escravo, uma equipe de auditores do Ministério do Trabalho e Emprego resgatou, nesta segunda-feira (22), 20 empregados da Fazenda Boa Sorte, localizada na cidade de Porto dos Gaúchos (MT), a 800 quilômetros da capital Cuiabá. O grupo de 19 homens e uma mulher atuava no preparo da terra para o pasto e na construção de cercas, em condições degradantes de trabalho.
Segundo o auditor do Trabalho que coordenou a operação, Benedito Lima, os trabalhadores estavam na fazenda há aproximadamente três meses, alojados de forma improvisada num galpão sem instalações sanitárias e onde também eram armazenados sacos de ração, defensivos agrícolas e equipamentos pesados. Os empregados não possuíam registro profissional e não dispunham de abrigos e material de primeiros-socorros na frente de trabalho.
Dois funcionários da empresa foram presos por porte e posse ilegal de arma - os agentes da Polícia Federal que acompanham os auditores encontraram cinco armas de fogo sem registro no local. Embora os trabalhadores tenham relatado ameaças de agressão por parte dos gerentes da fazenda, os auditores não encontraram sinais de violência.
Os empregados resgatados foram levados para a cidade vizinha de Juara, onde permanecerão hospedados em um hotel, com as despesas de alimentação e estadia pagas pela empresa até a assinatura da ação rescisória e o pagamento das verbas trabalhistas, que deve chegar a um total de R$ 90 mil.
Retomada - O Grupo Móvel reiniciou suas atividades no último dia 15, após uma suspensão de 22 dias em protesto às críticas de um grupo de senadores que contestou uma ação numa fazenda do Pará, realizada em junho. A operação resultou na libertação de 1.064 trabalhadores, a maioria cortadores de cana-de-açúcar - o maior resgate já realizado pelo Grupo.
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