Em 2006 o Brasil já possuia 85.083 profissionais em atividade registrados na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego
Brasília, 09/10/2008 - Tão antigo quanto o próprio registro das civilizações é a profissão de açougueiro. O nome que deriva do árabe "as-soq" (açougue), apareceu pela primeira vez na língua portuguesa em 1254, quando a palavra ainda era escrita "azougue" - segundo o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado. Mais tarde a grafia evoluiu para "aaçougue", e pouco depois se consolidou no conhecido "açougue". Como forma de homenagear esses profissionais que percorrem a história mundial, a cultura popular brasileira escolheu a data de hoje como o Dia do Açougueiro.
Para se ter idéia, em 2006 a Relação Anual de Informações Sociais havia registrado mais de 85 mil açougueiros trabalhando formalmente no país. Deste total, São Paulo foi responsável pela contratação de 28.001 profissionais, seguido pelos estados do Rio de Janeiro (9.951) e Minas Gerais (9.360) - números que ajudaram o sudeste brasileiro a ficar em evidência.
Na Região Sul o destaque ficou por conta do Paraná e seus 7.944 registros, enquanto no Centro-Oeste foi o estado de Goiás que ficou à frente, com 2.777 açougueiros em atividade formal. No nordeste do Brasil, a Bahia apareceu como a maior contratante (1.853) e, na Região Norte, o Pará se sobressaiu ao apresentar 856 profissionais do setor.
Um açougue diferente - Quem está acostumado com a típica figura do açougueiro atrás de um balcão, envolto em um lugar com carnes penduradas, irá se surpreender com um açougue da área central de Brasília. Trata-se do primeiro açougue cultural do país. Não entendeu? Pois bem, em meio a cortes especiais de carnes o local abriga uma biblioteca popular com 6 mil livros, os quais são emprestados gratuitamente a todos os que desejarem embarcar nas histórias oferecidas pelos exemplares.
"Aos 12 comecei no açougue e trabalhei quase 15 anos como empregado até que, em 1994, comprei a loja e aí veio a idéia de montar a biblioteca. No começo foi difícil porque as pessoas ironizavam a idéia de um açougue cultural. Então, no fim de 2002, nós abrimos a biblioteca na SQN 712/13, uma casa com mais atividades culturais, e demos início às Noites Culturais", conta Luiz Amorim, proprietário deste açougue mais que diferente.
Embora tenha sido alfabetizado apenas aos 16 anos e de ter lido o primeiro livro aos 18, Luiz Amorim é um apaixonado pela leitura, tanto que o projeto da biblioteca extravasou o próprio açougue e, desde junho do ano passado, as paradas de ônibus da Asa Norte (bairro de Brasília) possuem estantes com livros para serem utilizados pelos passageiros.
"O projeto Parada Cultural é uma iniciativa que visa incentivar a leitura aos usuários do transporte coletivo, cuja grande maioria é moradora de cidades vizinhas de Brasília e não freqüentam bibliotecas. As estantes estão instaladas nas próprias paradas de ônibus e emprestam livros a qualquer cidadão sem exigir documentos nem preenchimento de algum cadastro", diz Amorim.
Outro projeto de destaque - intitulado "Noite Cultural" - recebe todas as quintas-feiras escritores e músicos, na área em frente ao açougue. Vale lembrar que este evento possui seu ápice em duas edições especiais que acontecem na última quinta-feira dos meses de maio e de setembro.
"Na primeira edição do projeto, em 1998, a Noite Cultural foi realizada dentro do açougue e contou com 30 pessoas. Desde então já passaram mais de 150 mil pessoas e mais de 500 artistas para participar desta celebração à arte na entrequadra 312/13 da Asa Norte", lembra Luiz. Dentre os vários artistas que já participaram do projeto estão Moraes Moreira, Chico César, Guilherme Arantes, Célia Porto, Tom Zé, Geraldo Azevedo, Belchior e Erasmo Carlos.
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