Na zona rural de Pelotas (RS), grupo de estudantes do Consórcio Rural Aliança com Jovens encontrou na apicultura uma fonte de trabalho geradora de renda
Brasília, 11/01/2008 - O Consórcio Social da Juventude Rural, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), tem proporcionado aos jovens do campo formação profissional para que aproveitem, de forma criativa, os recursos que a terra possui. Na zona rural de Pelotas (RS), o conhecimento adquirido em sala de aula levou um grupo de 5 jovens do Consórcio Rural Aliança com Jovens a participar de um projeto de empreendedorismo voltado para produção de mel. Eles encontraram na apicultura um meio de geração de trabalho e renda.
A idéia de montar uma pequena associação solidária - "Grupo Colméia do Quilombo" - surgiu durante o curso de apicultura ministrado pela Associação do Trabalho e Economia Solidária (Ates), entidade parceira do MTE na qualificação dos estudantes. A partir destas aulas, os jovens moradores do 9º distrito de Pelotas, conhecido como localidade do Quilombo, elaboraram um projeto de beneficiamento de mel.
Com o auxílio do MTE, o grupo obteve os equipamentos necessários para iniciar a produção, como caixas para enxamear, armários, mesa desoperculadora, centrífuga e até computador. Por enquanto, a produção é feita apenas para consumo próprio, pois os jovens aguardam a organização formal do grupo de autogestão em economia solidária. Assim que os ajustes finais forem feitos, a meta é ampliar a experiência adquirida para outros jovens da região, proporcionando trabalho e renda. Para tanto, a equipe tem contado com o apoio e o acompanhamento de técnicos da Ates em economia solidária e de produção do setor de projetos de área rural.
Apicultura - Aos 17 anos, a jovem Marigaiane de Medeiros é um exemplo de empreendedorismo no campo. A estudante, que cursou no ano passado a oficina de apicultura do consórcio rural, é uma das integrantes do Grupo Colméia do Quilombo. Ela conta que está tentando, agora, uma linha de crédito fundiário junto com seu pai - que é da agricultura familiar - para comprar um pedaço de terra e ampliar a produção. "Eu acho importante ter condições para uma vida melhor no campo e a apicultura pode proporcionar tudo isso por ser um trabalho muito bom", relata a jovem moradora da Colônia de Santo Antonio, 7° distrito de Pelotas.
Produção - Marigaiane - que atualmente faz um curso técnico de agropecuária - explicou que, para iniciar a produção, é preciso esperar o período certo para que todas as caixas sejam enxameadas (pegar enxames soltos para as novas caixas ou dividir enxames grandes já existentes e separar em uma nova rainha). Ela estima que até o final do primeiro semestre todas as caixas já estejam produzindo.
Consórcio rural - A Ates foi uma das entidades executoras do Consórcio Social da Juventude Rural Aliança com Jovens, realizado em vários municípios brasileiros. Em Pelotas, o programa foi realizado especificamente no distrito do Monte Bonito (zona rural) para 75 estudantes. O processo de formação durou 400 horas, com aulas de economia popular solidária, associativismo e cooperativismo, agroecologia, apicultura e processamento de frutas.
Formação no campo - O Consórcio Rural é desenvolvido pelo MTE em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o objetivo é atender a jovens do campo, de famílias com renda mensal de até meio salário mínimo, com idade entre 16 e 24 anos e que estejam cursando ou tenham concluído o ensino fundamental ou médio. A meta é inserir 30% no mercado de trabalho e, principalmente, mantê-los na área rural.
O programa visa conciliar a qualificação profissional, a formação em cidadania e a utilização dos ativos existentes no meio rural para que os jovens tenham melhores oportunidades de geração de trabalho e renda, sem sair do campo.
O Consórcio Rural Aliança com Jovens capacitou, ao todo, 1.981 estudantes de baixa renda dos estados da Bahia, Ceará, Paraíba, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, abrangendo 111 municípios. Dos jovens que participaram do programa, 1.056 (53,3%) estão empregados.
A entrada destes estudantes no mercado de trabalho aconteceu, em sua maior parte (93%), por meio de atividades alternativas geradoras de renda. Isso compreende, por exemplo, a formação de pequenos grupos ou associações produtivas capazes de gerar emprego e renda para os estudantes do campo, levando em conta o que aprenderam durante o curso. Os jovens também ingressaram no mercado de trabalho como prestadores de serviços, além de terem obtido acesso no Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF).
Já o emprego formal, com registro em carteira, absorveu 5% dos jovens que concluíram as oficinas teóricas e práticas; já o estágio, 2%.
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