Ao final da qualificação, grupo resolve permanecer na instituição e usar o espaço e o que aprenderam para abastecer a comunidade de Cidade Alta com pão de qualidade e preço mais em conta
Foto: Naila Olilveira
Frutos do Consórcio Social da Juventude
Jovens que participaram da qualificação do MTE arregaçam
as mangas e produzem pães para a comunidade de Cidade
Alta, no Rio de Janeiro
Rio de Janeiro, 15/07/2008 - O pão nosso de cada dia está sendo garantido pelo trabalho de seis jovens na comunidade de Cidade Alta, no Rio de Janeiro. Depois de participarem dos cursos de qualificação nas áreas de gastronomia e padaria, promovidos pela Ação Comunitária do Brasil (ACB), entidade parceira do Ministério do Trabalho e Emprego, estas moças e rapazes com idades entre 17 e 24 anos resolveram arregaçar as mangas.
A sede da ACB na comunidade já tinha a cozinha utilizada para a capacitação dos jovens do Consórcio Social da Juventude. Os jovens, por sua vez, tinham uma vontade enorme de colocar em prática tudo o que aprenderam. Foi assim que juntaram a fome com a vontade de comer. A deles e a de todos os projetos da Ação no Rio de Janeiro, que hoje recebem a produção do grupo.
"Eu vim só para fazer o curso, mas estou achando essa experiência muito importante para que eu entre de vez no mercado de trabalho. É uma grande conquista. Não sabia fazer nada e agora posso trabalhar numa padaria tranquilamente", conta Manuela Saraiva, de 24 anos.
A produção diária do grupo é de 500 pães para entrega nos demais projetos da ACB e para 4 contratos já fechados com empresas particulares. Para vender na comunidade de Cidade Alta, eles produzem ainda 800 pães diariamente, que são consumidos pelos moradores locais ao preço de sete unidades por R$ 1,00. No Rio de Janeiro, o preço do quilo do pão francês varia entre R$ 6 e R$ 8, sendo mais ou menos R$ 0,30 a unidade (do de 50g). Portanto, se fossem praticar o preço de mercado, os moradores de Cidade Alta teriam que pagar R$ 2,10 pelos mesmos sete pães.
"Eles já sabem a hora que a gente produz o pão e tem até fila", revela Bruno Silva, de 22 anos.
Cada um dos seis jovens recebe uma média de R$ 300 por mês pelo trabalho na panificação. "Faz parte do projeto do curso de qualificação a aula de empreendedorismo. E esses jovens abraçaram essa causa e foram incentivados pela ACB. Assim eles conseguem escoar a sua produção, ganhar experiência e se sentirem verdadeiramente úteis. Além da produção diária, eles também participam das festas da ACB, como a que vai ter no próximo dia 9 de agosto, quando farão um angu a baiana, que está intimamente ligado à cultura negra desta comunidade", disse Rogério Máximo, coordenador-adjunto do campus Cidade Alta da ACB.
Ação Comunitária do Brasil - A ACB existe há 42 anos, atuando em 64 comunidades de baixa renda do Rio de Janeiro. Cerca de 2,6 mil pessoas são atendidas por mês em seus projetos. Desde 2004, é entidade âncora do Consórcio Social da Juventude no estado, projeto de qualificação do Ministério do Trabalho e Emprego no âmbito do Projovem (antigo Programa Nacional do Primeiro Emprego).
Consórcio Social da Juventude - O projeto do MTE qualifica jovens com idades entre 16 e 24 anos, provenientes de famílias cuja renda per capita seja de no máximo meio salário mínimo. Os cursos oferecidos são definidos a partir de análise da demanda de cada região. De 2003 a 2007 foram implantados 89 CSJ no Brasil, que garantiram a qualificação de 148.905 jovens nesse período e a inserção de 49.415 no mercado de trabalho.
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