Centro em Foz do Iguaçu vai tirar dúvidas sobre legislação trabalhista para os brasileiros que trabalham no Paraguai. Cerca de 300 mil brasileiros vivem como migrantes na região
Brasília, 20/06/2008 - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, assinou nesta sexta-feira (20), no Paraná, convênio com a prefeitura de Foz do Iguaçu - cidade que faz fronteira com o Paraguai e a Argentina - para implementação do projeto piloto da Casa do Trabalhador Brasileiro.
Instalada no antigo módulo da Polícia Militar, na região da Ponte da Amizade, a Casa atenderá trabalhadores brasileiros que vivem nos países da fronteira com o Paraguai e necessitam de atendimento e orientação em relação aos direitos e deveres como migrantes e imigrantes.
"A inauguração desta Casa é a primeira de muitas outras. Com isso, pretendemos criar um tesouro de solidariedade de integração entre os povos. O governo tem o compromisso de cuidar do seu cidadão em qualquer lugar do mundo, de informá-lo, de dar atenção", disse Lupi.
A estimativa é de que cerca de 300 mil de brasileiros vivam como migrantes nesta região. São parceiros do MTE na iniciativa a Prefeitura de Foz de Iguaçu, o Consulado-Geral do Brasil em Ciudad del Este e o Consulado do Brasil em Puerto Iguazu.
O projeto prevê ainda a abertura de outros centros de atendimento em países com grande população de brasileiros migrantes, como Japão, Estados Unidos, Espanha e Portugal. O objetivo é oferecer um serviço de informação gratuito e em português sobre a legislação trabalhista e previdenciária desses países, esclarecendo os brasileiros sobre validade de documentos, direito a fazer remessas e outras dúvidas comuns. Também serão oferecidos cursos de qualificação profissional de acordo com as necessidades do sistema produtivo local.
Homenagem - Durante lançamento da Casa do Trabalhador, todo o Conselho Nacional de Imigração (CNIg) - órgão colegiado vinculado ao MTE - recebeu a medalha da Ordem do Mérito do Trabalho Getúlio Vargas, no grau de comendador.
A Ordem do Mérito do Trabalho foi instituída em 1965, e possui cinco diferentes graus. No último mês de outubro, um decreto do presidente Lula alterou o nome da condecoração, que passou a homenagear o ex-presidente Getúlio Vargas. Na ocasião, o ministro Lupi, destacou que a medida realça o compromisso histórico do ministério criado pelo próprio Vargas, em 1930, e destaca o papel do ex-presidente na conquista dos direitos trabalhistas.
Casa do Trabalhador - A escolha do município paranaense para sediar a primeira Casa do Trabalhador brasileiro foi resultado de um estudo encomendado pelo Conselho Nacional de Imigração, que apontou a existência de aproximadamente 300 mil brasileiros na principal área de fronteira do Brasil com o Paraguai.
Reforçaram ainda a opção por Foz do Iguaçu os levantamentos apresentados durante o seminário "Mercosul e as Migrações: os movimentos nas fronteiras e a construção de políticas públicas regionais de integração", promovido pelo conselho no fim de 2007.
Piloto - Segundo o coordenador-geral de Imigração do MTE, Paulo Sérgio de Almeida, as casas serão formadas a partir de parcerias do ministério com entidades públicas e entidades civis, como no caso de Foz do Iguaçu. "Para cada centro instalado no exterior, o Governo Brasileiro se compromete a montar uma estrutura semelhante no Brasil, oferecendo os mesmos serviços aos imigrantes desses países", explica.
Almeida ressalta que um dos aspectos do projeto é ajudar a qualificar os brasileiros que foram morar no exterior durante a recessão econômica dos anos 80 e 90, e que agora gostariam de retornar ao país. "Vamos orientá-los sobre como eles podem obter o reconhecimento dos cursos e trabalhos que realizaram no exterior, e também oferecer cursos para que eles possam investir seu patrimônio no Brasil, abrindo seu próprio negócio".
Outra preocupação é evitar que os brasileiros com baixa qualificação e que não possuem domínio da língua estrangeira se submetam a trabalhos considerados degradantes - um risco constante para os trabalhadores em situação clandestina. "Estima-se que hoje existam quatro milhões de brasileiros vivendo no exterior. O Brasil se tornou um país de emigração, e precisa de instituições preparadas para auxiliar os consulados e embaixadas a lidar com esse fenômeno", afirma Almeida.
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