Dados da Rais e do Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego, demonstram que o setor está contratando. Em três anos, o número de profissionais na área cresceu 18,3% e o rendimento médio, 24%
Foto: Divulgação
Katy Rosa, aluna do Consórcio
Social da Juventude no Rio de
Janeiro. Ela foi qualificada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e acabou nas passarelas do Fashion Rio
Brasília, 27/06/2008 - Fim das semanas de moda no Rio de Janeiro e São Paulo. Muito se viu nas passarelas e as tendências para o verão 2008/2009 já estão aí: nova tentativa para a cintura alta, vestidões longos estilo camiseta, decotes nas costas, biquínis com tecidos étnicos e muitos acessórios na cabeça. Sem dúvida é um mercado em expansão no país, não só na qualidade e notoriedade internacional que ganha o que se produz aqui, mas também na movimentação do mercado de trabalho.
O Ministério do Trabalho e Emprego selecionou 28 áreas da indústria têxtil e 19 profissões que estão relacionadas ao mundo da moda. E o balanço mostra que, entre os trabalhadores que criam, fabricam, produzem as peças que vão fazer sucesso nas vitrines e nas ruas do Brasil, houve aumento significativo na renda e nas contratações.
De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais, entre os anos de 2003 e 2006 o número de profissionais na área cresceu 18,3%. Todos os anos, os estabelecimentos do país fornecem os dados da Rais, e 2006 é a estatística mais recente que o MTE possui. Na relação de 19 profissões ligadas à moda, estão atividades como desenhista técnico, modelista de roupas, modelista de calçados, encarregador de corte de confecção, modelo, costureiro, marcador de peças, somando 432.256 pessoas nestas ocupações em 2006. O mercado é predominantemente fenimino. No ano da estatística, havia 359.440 mulheres empregadas nestas profissões, representando 83,15% do total (a proporção de mulheres no mercado brasileiro na Rais 2006 é de 40,6%). Mas aos poucos a ala masculina vai ganhando espaço na moda: em 2003 eles eram 57.964; e em 2006, 72.816 (alta de 25%).
Ainda que as mulheres continuem na liderança da ocupação neste mercado, a profissão de costureiro na confecção em série é a que mais emprega homens, dentre as 19 relacionadas. Eram mais de 23 mil, em 2006; contra 147.200 mulheres. São Paulo é o estado que mais concentra as contratações nestas profissões, com 110.358 pessoas em 2006, mais de 25% do total Brasil. Em seguida, Santa Catarina teve 60.306 profissionais nessas ocupações; seguida por Minas Gerais, com 53.716.
Rendimento médio - Em abril deste ano, a Revista Forbes anunciou o ranking das modelos mais bem pagas do mundo. Gisele Bundchen lidera a lista com US$ 35 milhões por ano. Outras duas brasileiras aparecem na cobiçada relação: Adriana Lima (4º lugar - US$ 7 milhões) e Isabelli Fontana (11º - US$ 3 milhões). Longe dos salários astronômicos das top models e estilistas internacionalmente conhecidos, a média salarial do brasileiro que trabalha no setor ficou em R$ 564,97, no ano de 2006, entre as 19 profissões relacionadas pelo MTE. Alta de 24% em relação ao salário médio de R$ 453,40, pago em 2003.
O profissional mais bem remunerado no Brasil entre os 19 relacionados pelo Ministério do Trabalho e Emprego está o modelista de calçados, com média de R$ 2.110,33 por mês. No fim da lista figura o costureiro na confecção em série, com R$ 505,93. A média de remuneração nacional em todas as ocupações era de R$ 1.236,19, em 2006.
Rio Grande do Sul saiu na frente e é o estado que mais bem paga nestas profissões, com R$ 736,22 de renda média mensal - mais de 30% acima da média nacional nas ocupações relacionadas. Em segundo lugar vem São Paulo (R$ 669,01) e Santa Catarina (R$ 640,78).
Subsetores da indústria têxtil - Em 2006, a indústria têxtil gerou 28.165 postos com carteira assinada, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do MTE. Em 2007, o número de vagas formais no setor cresceu 58,19% (44.555). No ano passado, a fabricação de calçados gerou 9.177 postos celetistas, superando o saldo negativo do ano anterior. Só nos cinco primeiros meses de 2008 a indústria têxtil empregou 23.788 pessoas e a de calçados, 19.017.
A partir dos dados da Rais 2006, dentre as 28 áreas da indústria têxtil selecionadas pelo MTE, a que mais empregou foi a de comércio varejista de artigos do vestuário e complementos: 490.282 pessoas, em 2006. A que pagou melhor foi a de fabricação de tecidos especiais, com média salarial de R$ 1,268,83 mensais.
GÊNERO | OCUPAÇÕES | 2006 | 2003 | ||
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Empregos | Rem Média R$ |
Empregos | Rem Média R$ | ||
MASCULINO | Desenhista técnico (indústria têxtil) | 636 | 1.236,35 | 486 | 1.210,27 |
Modelista de roupas | 2.432 | 983,42 | 3.035 | 688,07 | |
Modelista de calçados | 1.781 | 2.211,59 | 1.465 | 2.207,59 | |
Técnico em confecções do vestuário | 78 | 954,52 | 64 | 850,72 | |
Modelo de modas | 25 | 1.796,43 | 31 | 1.605,15 | |
Modelo publicitário | 7 | 781,49 | 2 | 450 | |
Passador de roupas, à mão | 1.649 | 564,4 | 1.866 | 468,23 | |
Mestre (indústria têxtil e de confecções) | 5.397 | 1.346,94 | 6.924 | 1.063,00 | |
Encarregado de corte na confecção do vestuário |
1.367 | 1.102,58 | 889 | 980,28 | |
Encarregado de costura na confecção do vestuário |
1.813 | 1.000,62 | 1.277 | 841,21 | |
Supervisor da confecção de artefatos de tecidos, couros e afins |
1.161 | 1.638,75 | 845 | 1.425,17 | |
Costureira de peças sob encomenda | 6.654 | 666,35 | 4.792 | 578,07 | |
Costureira de reparação de roupas | 1.074 | 508,52 | 633 | 398,41 | |
Auxiliar de corte (preparação da confecção de roupas) |
11.103 | 499,08 | 7.674 | 375,49 | |
Costureiro de roupas de couro e pele, a máquina na confecção em série |
421 | 532,05 | 456 | 389,46 | |
Costureiro na confecção em série | 23.030 | 497,98 | 16.724 | 392,59 | |
Costureiro, a máquina na confecção em série |
13.030 | 508,8 | 9.950 | 401,35 | |
Marcador de peças confeccionadas para bordar |
349 | 570,9 | 298 | 427,29 | |
Passadeira de peças confeccionadas | 809 | 570,92 | 553 | 455,04 | |
Total | 72.816 | 689 | 57.964 | 593,8 | |
FEMININO | Desenhista técnico (indústria têxtil) | 331 | 1.440,80 | 274 | 1.403,10 |
Modelista de roupas | 6.341 | 993,44 | 7.372 | 681,84 | |
Modelista de calçados | 309 | 1.526,68 | 244 | 1.270,41 | |
Técnico em confecções do vestuário | 231 | 712,15 | 179 | 578,62 | |
Modelo de modas | 86 | 671,17 | 76 | 906,34 | |
Modelo publicitário | 27 | 653,06 | 10 | 958,14 | |
Passador de roupas, à mão | 6.120 | 527,47 | 7.025 | 443,67 | |
Mestre (indústria têxtil e de confecções) | 4.949 | 689,14 | 7.152 | 513,93 | |
Encarregado de corte na confecção do vestuário |
1.226 | 860,6 | 748 | 701,89 | |
Encarregado de costura na confecção do vestuário |
5.225 | 899,84 | 3.957 | 706,41 | |
Supervisor da confecção de artefatos de tecidos, couros e afins |
1.055 | 896,48 | 741 | 773,22 | |
Costureira de peças sob encomenda | 39.580 | 537,5 | 31.921 | 416,88 | |
Costureira de reparação de roupas | 11.583 | 507,29 | 8.583 | 418,65 | |
Auxiliar de corte (preparação da confecção de roupas) |
17.932 | 460,94 | 13.863 | 345,26 | |
Costureiro de roupas de couro e pele, a máquina na confecção em série |
2.923 | 508,62 | 2.913 | 391,76 | |
Costureiro na confecção em série | 147.200 | 507,18 | 123.738 | 406,92 | |
Costureiro, a máquina na confecção em série |
106.083 | 541,05 | 92.344 | 420,5 | |
Marcador de peças confeccionadas para bordar |
707 | 496,11 | 492 | 392,34 | |
Passadeira de peças confeccionadas | 7.532 | 518,77 | 5.599 | 422,8 | |
Total | 359.440 | 539,85 | 307.231 | 426,91 | |
TOTAL | Desenhista técnico (indústria têxtil) | 967 | 1.306,33 | 760 | 1.279,79 |
Modelista de roupas | 8.773 | 990,67 | 10.407 | 683,66 | |
Modelista de calçados | 2.090 | 2.110,33 | 1.709 | 2.073,79 | |
Técnico em confecções do vestuário | 309 | 773,33 | 243 | 650,28 | |
Modelo de modas | 111 | 924,61 | 107 | 1.108,80 | |
Modelo publicitário | 34 | 679,5 | 12 | 873,45 | |
Passador de roupas, à mão | 7.769 | 535,31 | 8.891 | 448,82 | |
Mestre (indústria têxtil e de confecções) | 10.346 | 1.032,28 | 14.076 | 784,02 | |
Encarregado de corte na confecção do vestuário |
2.593 | 988,17 | 1.637 | 853,08 | |
Encarregado de costura na confecção do vestuário |
7.038 | 925,8 | 5.234 | 739,3 | |
Supervisor da confecção de artefatos de tecidos, couros e afins |
2.216 | 1.285,37 | 1.586 | 1.120,57 | |
Costureira de peças sob encomenda | 46.234 | 556,04 | 36.713 | 437,92 | |
Costureira de reparação de roupas | 12.657 | 507,39 | 9.216 | 417,26 | |
Auxiliar de corte (preparação da confecção de roupas) |
29.035 | 475,53 | 21.537 | 356,03 | |
Costureiro de roupas de couro e pele, a máquina na confecção em série |
3.344 | 511,57 | 3.369 | 391,45 | |
Costureiro na confecção em série | 170.230 | 505,93 | 140.462 | 405,21 | |
Costureiro, a máquina na confecção em série |
119.113 | 537,52 | 102.294 | 418,64 | |
Marcador de peças confeccionadas para bordar |
1.056 | 520,82 | 790 | 405,53 | |
Passadeira de peças confeccionadas | 8.341 | 523,83 | 6.152 | 425,7 | |
Total | 432.256 | 564,97 | 365.195 | 453,4 |
Mais informações: Aluna de projeto parceiro do MTE desfilará no Fashion Rio
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