Microcrédito cresce no país, diz estudo
Número de atendidos aumentou 19% e chegou a 4,7 milhões de pessoas, entre 2013 e 2014. Segmentos envolvidos crêem no crescimento do setor em 5 anos
Foto: Kenedy Brayan/MTE
Ministro participou de seminário sobre microcrédito na UnB
Brasília, 17/06/2015 - Programas públicos de microcrédito são fundamentais para o desenvolvimento econômico do país e necessitam se integrar às ações dirigidas à população de baixa renda e à formalização de mão de obra. Esse é um dos resultados do estudo de avaliação do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO), realizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em uma cooperação técnica com o Centro de Pesquisas de Opinião Pública da Universidade de Brasília (DATAUnB).
O estudo foi divulgado no seminário "A Política e a Atividade de Microcrédito como Instrumentos de Trabalho e Renda e Inclusão Produtiva", que ocorreu na instituição de ensino superior, nesta terça-feira (16). Estiveram presentes na abertura o ministro do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Dias, o secretário Políticas Públicas de Emprego e Renda do Ministério, Giovanni Queiroz e a vice-reitora da Universidade de Brasília (UnB), Sônia Nair Báo.
O estudo aponta a necessidade de ampliar a integração de políticas dirigidas ao desenvolvimento social e econômico do país, bem como a troca de informações com o Sistema Nacional de Emprego (Sine). Entre os resultados quantitativos, o estudo aponta o crescimento de 20% no volume de oferta de microcrédito entre o primeiro semestre de 2013 e o primeiro semestre de 2014. Nesse período, os recursos ofertados chegaram a R$ 6,45 bilhões. O número de atendidos no período da pesquisa aumentou 19% e chegou a 4,7 milhões de pessoas.
“A pesquisa foi dirigida principalmente aos agentes de crédito, mais do que aos próprios clientes, que muitas vezes não conhecem os instrumentos, nem tem noção das políticas dirigidas a eles", explica o diretor do DATAUnB, José Angelo Belloni. Ele ressalta que os micro e pequenos empreendedores possuem grande responsabilidade e consciência no uso dos recursos, honram seus compromissos, e têm baixa taxa de inadimplência, mas nem sempre buscam apoio para criar um empreendimento.
"Eles não fazem parte do público normal de um banco ou mesmo das cooperativas de crédito, por isso o governo precisa empreender uma busca ativa, indo até os locais de moradia e trabalho para conversar, mostrar as alternativas de credito, as oportunidades e convencê-los da possibilidade de empreender”, ressalta.
“O Microcrédito Produtivo atinge diretamente aquelas pessoas que mais precisam da atenção do Estado e que precisam ser orientadas, guiadas”, declarou Manoel Dias. “Esse é um programa de grande alcance social, pois as pessoas atingidas pelo programa vão multiplicar os efeitos, criando empregos, produzindo renda e reproduzindo conhecimentos”, avaliou. Manoel Dias declarou ser fundamental o país incentivar políticas que priorizem esse setor e permitam a inclusão e a formalização de todos os trabalhadores.
Programa – Durante os 8 anos de atuação, cerca de 14 milhões de microempreendedores tiveram acesso ao microcrédito produtivo orientado, com R$ 24 bilhões concedidos em crédito. Os números refletem a ação de uma rede de organizações habilitadas, que informam seus resultados trimestralmente, por meio de um sistema de coleta de informações geridos pelo MTE. Os relatórios estão disponíveis aqui (
http://portal.mte.gov.br/pnmpo/banco-de-dados.htm).
Os pesquisadores reuniram dados de 118 instituições ligadas ao microcrédito, como cooperativas, Oscips, sociedades de crédito e bancos. Todos os segmentos apresentaram expectativas positivas para o crescimento do setor nos próximos cinco anos.
Assessoria de Imprensa/MTE