Programa vai qualificar jovens indígenas com idade entre 16 e 24 anos do Mato Grosso e Pará
Foto: Renato Alves
Carlos Lupi recebe um cocar de presente do cacique Raoni. 'Os brasileiros têm uma dívida com os povos inígenas', afirmou o ministro
Brasília, 05/12/2007 - Em audiência com o cacique kaiapó Raoni, nesta quarta-feira (5), em Brasília, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, pediu empenho a sua equipe para que a criação do primeiro consórcio social da juventude indígena do Xingu se torne realidade ainda este ano.
"A iniciativa de um consórcio indígena é importante para dar sustentabilidade ao índio no espaço em que ele vive. Por intermédio da qualificação, vamos poder gerar trabalho e renda, criando condições para que eles produzam melhor e se mantenham dentro de sua cultura. Como brasileiros, temos essa dívida com os povos indígenas", afirmou.
O consórcio pretende inserir mil jovens indígenas, com idade entre 16 e 24 anos, das comunidades Xingu do Mato Grosso, Pará e territórios próximos em atividades geradoras de emprego e renda. A idéia é dar a eles condições de desenvolvimento e contato com as novas tecnologias, estimulando a criaçao de empreendimentos auto-sustentáveis nas comunidades.
As atividades terão o acompanhamento técnico profissional da Universidade de Cuiabá (UNIC) que vai avaliar os impactos positivos do consórcio na inserção desses jovens, em consonância com sua cultura, por meio da estruturação da sua cadeia produtiva.
Cursos - O projeto prevê cursos de criação de peixes, produção audiovisual, comunicação e marqueting, agroextrativismo, segurança alimentar, joalheria, vestuário, produção agroecológica, comercialização de produtos e inclusão digital.
O consórcio também terá atividades de empreendedorismo, onde os jovens indígenas terão a oportunidade de iniciar pequenas cooperativas assistidos pelo projeto de desenvolvimento local e economia solidária do ministério. "A intenção é que os jovens apliquem os conhecimentos adquiridos nos cursos e inciem projetos associativos que garantam sua sustentabilidade local. Queremos lançar o consórcio ainda este ano", frisou o ministro.
O cacique Raoni, presidente do Instituto Raoni, entidade âncora responsável pela execução do projeto, presenteou o ministro com um cocar indígena, e convidou o ministro a visitar a tribo na inauguração do consórcio. "Faço questão de ir lá", adiantou Lupi.
Histórico - O Instituto Raoni é composto por 168 instituições conveniadas da sociedade indígena. A entidade foi criada em 2000 para arrecadar fundos para demarcação das terras dos kaiapós e tem como principal fonte de financiamento a cooperação internacional e a venda de produtos culturais. Sua principal função é lutar pela preservação da cultura kaiapó e a promoção do desenvolvimento sustentável, daí surgiu a necessidade de um convênio com o Ministério do Trabalho e Emprego para a criação de um Consórcio Social da Juventude Indígena.
A entidade é conhecida principalmente pela sua parceria com órgão internacionais, como o Museu Real da Bélgica, Ministério do índio do Canadá, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No Brasil, o Instituto já possui parcerias com o Banco do Brasil, Petrobrás e vários órgão do governo.
O projeto será desenvolvido em parceria com a Fundação Banco do Brasil, Exército Brasileiro, Governo do Mato Grosso, Universidade de Cuiabá (UNIC) e com apoio de várias entidades internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
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