Carlos Lupi, do Brasil, apresenta proposta de que investimentos públicos tenham contrapartidas sociais a diretor-geral da Organização e colegas da Argentina, Chile e México. Sugestão é aprovada e vira recomendação internacional
Foto: Divulgação OIT
ENCONTRO OIT NO CHILE
Ministro Carlos Lupi fala aos seus pares da Argentina,
Chile e México em reunião da OIT
Santiago, Chile, 15/01/2008 - Ministros do Trabalho de Brasil, Argentina, Chile e México - reunidos em encontro promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) na capital chilena, Santiago - assinaram documento defendendo que investimentos públicos estejam vinculados a garantias de manutenção de empregos. O ministro brasileiro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, pediu a sensibilidade ao setor produtivo diante da crise internacional e defendeu na reunião a necessidade de contrapartida social de empresas brasileiras que foram beneficiadas com as ações anticrise promovidas pelo Governo Federal. O encontro é promovido pelo Instituto Internacional de Estudos Laborais da OIT para debater o tema 'Respondendo à Crise: crescimento, trabalho decente e estabilidade'. Os representantes da pasta dos quatro país debateram a questão com o diretor-geral da Organização, Juan Somavia, e aprovaram o texto final do documento conclusivo.
(Íntegra da Declaração em anexo, ao final da matéria)
"Qual o papel do Estado? Quando o mundo globalizado gera muito lucro para alguns, ouvimos vozes de todo mundo pregando que o Estado só atrapalha e que quem encontra soluções para o mundo é a iniciativa privada. Agora, com a crise do sistema financeiro globalizado batendo as nossas portas, essas mesmas vozes exigem o dinheiro público como salvação para os problemas. Eu afirmo e reafirmo que o mínimo que o governo brasileiro deveria fazer é exigir que essas empresas garantam o emprego do trabalhador como contrapatida das isenções fiscais e financiamentos públicos recebidos. O Estado tem que estar na vanguarda da defesa dos direitos dos trabalhadores", disse Lupi.
Durante sua apresentação aos representantes da pasta Trabalho de Argentina, Chile e México, o ministro Carlos Lupi relembrou os resultados econômicos dos últimos seis anos atingidos pelo Brasil e falou da geração de empregos. "O Brasil criou nesse período mais de 11 milhões de empregos, cresceu o que não crescera em décadas. Agora, com dois meses de crise, parte do setor produtivo não quer abrir mão dos lucros altos e a primeira decisão que tomam é demitir os trabalhadores", avaliou.
Em seu pronunciamento no Palácio La Moneda, Lupi também defendeu que os países da América Latina estreitem ainda mais suas relações, visando uma resposta rápida à crise. "É preciso que tenhamos o Estado forte para enfrentar as tempestades criadas pelo capitalismo especulativo internacional. Temos que criar mecanismos eficazes para garantir os direitos dos trabalhadores."
Encontro no Chile - Segundo a OIT, a rápida expansão da crise sobre a economia real está afetando progressivamente todos os países, o que demanda uma resposta com políticas e medidas ajustadas às necessidades de cada país, articuladas com ações coerentes em nível internacional. A resposta à crise no contexto das deliberações do G8, G20, a ONU e a própria OIT devem considerar o estabelecimento de uma marco global coordenado, com vistas à propiciar as condições para uma reativação da atividade produtiva com estabilidade e retomada do crescimento sustentável associados à Agenda do Trabalho Decente.
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