Havia, inclusive, crianças no grupo que dormia entre ratos e morcegos
Brasília, 22/04/2008 - Numa ação realizada entre os dias 9 e 16 de abril, o Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego flagrou o uso irregular de mão-de-obra em três fazendas no Pará, resgatando 27 trabalhadores encontrados em situação degradante ou análoga a de escravo. Segundo a Auditora Fiscal do Trabalho, Inês Almeida, que participou da ação, a situação dos trabalhadores era penosa. Muitos deles dormiam em barracões utilizados como depósito de alimentos e agrotóxicos, junto a ratos mortos e a presença de morcegos. "Em uma das fazendas fiscalizadas encontramos duas crianças deixadas pela mãe, cozinheira do grupo, sob cuidado dos trabalhadores", salienta.
Na primeira propriedade, localizada no município de Tucuruí, foram encontrados 16 trabalhadores. Na segunda, de nome Duas Irmãs, foram quatro pessoas resgatadas, todas trabalhavam no roço de pasto (retirada do mato com as mãos). O primeiro proprietário pagou R$ 44.431,63 em indenizações e, o segundo, arcou com R$ 7.436,77 em verbas trabalhistas.
Na terceira fazenda fiscalizada, no município de Pacajá, foram mais sete trabalhadores resgatados, com pagamento de R$ 5.978,92 em dívidas trabalhistas. O dono da propriedade Fazenda Rio dos Bois assumiu a dívida com o grupo, sendo que quatro já haviam saído do local de trabalho. Localizados posteriormente pelo Grupo Móvel, eles confirmaram o contrato com o fazendeiro e ficaram de receber seus direitos trabalhistas no posto de atendimento do trabalho em Pacajá.
Além das indenizações trabalhistas, os resgatados terão direito a parcelas do seguro-desemprego e a garantia de retorno ao seu local de origem.
Assessoria de Imprensa do MTE