Objetivo é fomentar a criação de cooperativas para garantir o desenvolvimento sustentável da tribo mato-grossense
Brasília, 04/12/2007 - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, recebe nesta quarta-feira (5), às 14h, representantes dos índios kaiapós - entre eles o cacique Raoni, presidente do Instituto Raoni - para acertar os detalhes do lançamento do primeiro Consórcio Social da Juventude Indígena do Xingu.
O objetivo da parceria é qualificar mil jovens indígenas, com idade entre 16 e 24 anos, oriundos das comunidades Xingu do Mato Grosso, Pará e territórios próximos, que não estejam inseridos em atividades geradoras de emprego e renda, dando a eles condições de desenvolvimento e contato com as novas tecnologias, capacitando os estudantes para promover sua sustentabilidade em sua própria cultura.
O Consórcio prevê a capacitação desses jovens indígenas por meio de cursos em psicultura, produção audiovisual, comunicação e marqueting, agroextrativismo, segurança alimentar, joalheria, vestuário, produção agroecológica, comercialização de produtos, além possibilitar sua inclusão digital. Os cursos têm previsão de seis meses..
Além dos cursos, o projeto prevê também a atividade de empreendedorismo, onde os jovens indígenas serão inseridos em um projeto de desenvolvimento local e economia solidária. A idéia é que os jovens apliquem os conhecimentos adquiridos nos cursos para inciarem cooperativas ou projetos associativos que garantam sua sustentabilidade local. Nas palavras do cacique Kaiapó, Megaron Metuktire: "Nós estamos aprendendo a cultura brasileira, as coisas dos brasileiros, para manter nossas terras e proteger nossa própria cultura."
Instituo Raoni - A entidade âncora responsável pelo monitoramento e avaliação das ações desenvolvidas será o Instituto Raoni, composto por 168 instituições conveniadas da sociedade indígena. Fundada em 2000, a entidade foi criada para arrecadar fundos e demarcar terras indígenas dos Kaiapós e tem como principal fonte de financiamento a cooperação internacional e a venda de produtos culturais.
Atualmente,sua principal função é lutar pela preservação da cultura Kaiapó e a promoção do desenvolvimento sustentável, daí surgiu a necessidade de um convênio com o Ministério do Trabalho para a criação de um Consórcio Social da Juventude Indígena.
O Instituto é conhecido principalmente pela sua parceria com órgão internacionais, como o Museu Real da Bélgica, Ministério do índio do Canadá, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). No Brasil a entidade já possui parcerias com o Banco do Brasil, Petrobrás e vários órgão do governo.
De acordo com dados do IBGE, no Censo Demográfico de 2000, embora a sociedade indígena seja dona de 12,5% do território nacional, 90% do seu povo vive por meio de subsídios governamentais, sem renda fixa. Os Kayapós, detentores de 12,5 milhões de hectares de floresta nativa, vem tendo sua terra explorada de forma irregular e ilegal por agentes externos, principalmente pela falta de capacitação das suas comunidades, uma realidade que o projeto do Consórcio Social da Juventude Indígena do Xingu, aliado a outros projetos na região, pretende transformar.
O projeto será desenvolvido nma parceria do Ministério do Trabalho e Emprego, que coordenará a execução do consórcio, a Fundação Banco do Brasil, Exército Brasileiro, Governo do Mato Grosso, Universidade de Cuiabá (UNIC) e com apoio de várias entidades internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
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