Média salarial entre trabalhadores que se dizem negros subiu de R$ 916,77 para R$ 969,24, acréscimo de 5,72%. Salário entre brancos aumentou 1,88%
Brasília, 06/08/2009 - Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2008), do total de trabalhadores regidos pela Consoludação das Leis do Trabalho (CLT), 19,615 milhões de trabalhadores formais no país (62,32%) declararam ser de cor branca. Em 2007, o índice foi de 63,21%. Os trabalhadores que se declararam pardos somam 8,597 milhões (27,31%), indicando aumento em relação a 2007 (26,65%). Os que se dizem pretos ou negros são 1,655 milhões (5,26%), pequeno aumento em relação a 2007 (5,22%).
"É importante dizer que são as próprias pessoas que declaram a cor da sua pele, o que nos leva a crer, num país miscigenado como o Brasil, que a maioria não assume a cor. Percebemos que entre os mais escolarizados há mais pessoas que se declaram negras, e isso acontece a reboque da concientização e afirmação racial dos negros mais intelectualizados", comentou o ministro Carlos Lupi, que anunciou os dados da RAIS 2008 na manhã desta quinta-feira (6).
Há pouca representatividade dos vínculos empregatícios para pessoas que se declaram "amarelas" e "indígenas". Ambas somadas representam apenas 1% do total. Entretanto, o número vínculos celetistas de índios subiu de 81.671 em 2007 para 84.153 em 2008, e o número de amarelos cresceu de 231.287 em 2007 para 241.119 trabalhadores.
Quanto à escolaridade, a maioria dos trabalhadores que se dizem brancos, negros ou pardos possui Ensino Médio Completo, faixa onde se encontra a maior representatividade do emprego formal, com média de 39,72%, sendo distribuída da seguinte forma: pardos com ensino médio completo são 41,58%; brancos 39,08% e negros 35,80%.
Entre os trabalhadores que concluíram o nível Superior, os brancos são maioria 13,18%, em seguida vem os pardos com 5,86% e a minoria são pretos ou negros, 3,61%. Neste nível de escolaridade, as mulheres apresentaram maior nível de escolaridade que os homens. As mulheres brancas com nível superior são 17,52%, ante 10,41% para os homens brancos, sendo de 5,96% para mulheres pretas ou negras e de 2,60% para homens pretos ou negros e de 9,43% para as trabalhadoras declaradas pardas, ante 4,13% para os homens pardos.
Os trabalhadores negros obtiveram maior aumento nos rendimentos médios, acréscimo de 5,72%, percentual superior à média de remuneração de todas as raças somadas, que foi de 2,67%. A remuneração dos negros subiu de R$ 916,77 para R$ 969,24, com maior variação entre os homens, 6,67%. Os trabalhadores que se dizem pardos tiveram aumento de 4,83%.
Os brancos registraram menor percentual de aumento real: 1,88%. Apesar do modesto aumento, os rendimentos médios dos vínculos empregatícios dos trabalhadores brancos são 50% superiores àqueles classificados como negros e 43,7% acima dos considerados como pardos. Em relação a 2007, verifica-se redução da desigualdade entre os rendimentos de brancos e negros (55,7%) e brancos e pardos (47,8%).
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