Pardos e negros têm maior crescimento relativo na geração de empregos em 2010
O maior percentual foi registrado entre os pardos, com 11,23%. Entre os negros o aumento foi de 7,89%. Houve redução na participação dos brancos no estoque de trabalhadores, comparados a 2009
Brasília, 11/05/2011 – O número de trabalhadores celetistas que se declaram de cor parda aumentou 11,23%, passando 9,24 milhões em 2009 para 10,28 em 2010, um acréscimo de 1,03 milhões de postos de trabalho formais, de acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). A análise dessa variável considera apenas o total de celetistas, que atingiram 35,5 milhões de vínculos no último ano. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (11), pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.
A participação dos negros no mercado de trabalho celetista teve a segunda maior taxa de crescimento, com 7,89%, equivalente a um acréscimo de 135,1 mil novas vagas de trabalho. O estoque de trabalhadores chegou a 1,84 milhões, com a taxa de participação se mantendo estável, em torno de 5,20%. Os assalariados pardos tiveram sua taxa de participação aumentada de 28,11% em 2009, para 28,98% em 2010.
Entre os trabalhadores brancos com carteira assinada houve taxa de crescimento de 5,5%, menor que a taxa média, de 7,87%. O estoque de trabalhadores passou de 20,08 milhões em 2009 para 21,18 milhões no último ano. No entanto, a participação dos brancos no estoque de trabalhadores celetistas registrou uma redução, ficando em 59,71% em 2010 ante 61,05% em 2009. O resultado dá sequencia ao movimento declinante observado desde 2007, quando a taxa de participação dos brancos situava-se em 63,21%, passando para 62,32% em 2008.
"A informação da raça é declarada pelo próprio trabalhador. O aumento do número de negros e pardos mostra que, além de mais pessoas dessa raça estarem entrando no mercado de trabalho, mais pessoas já inseridas no mercado formal estão se declarando negros e pardos", ressalta Lupi.
Entre os indígenas houve aumento de 5,18% em 2010, chegando a um estoque de trabalhadores de 86.900, ante os 82.620 trabalhadores com carteira assinada em 2009. Entre os trabalhadores que se declaram amarelos, a elevação foi de 5,27%. O total de trabalhadores dessa raça chegou a 257.871 no último ano, entre trabalhadores com carteira assinada.
Escolaridade – Os dados de emprego por escolaridade mostram, no Ensino Superior Completo, um diferencial expressivo entre os trabalhadores declarados como brancos, cuja participação situa-se em 14,15%, e aqueles considerados como pardos e negros, cujos percentuais são de 6,53% e 4,25%, respectivamente. A maior participação entre todas as raças é no Ensino Médio Completo, sendo que os pardos têm uma participação 45,64%, os brancos de 42,35% e os negros de 39,74%.
A participação da mulher no estoque de emprego em relação ao homem é superior nas faixas a partir do Ensino Médio Completo, para brancos, pardos e negros. Nos níveis de escolaridade inferiores a esse, a participação das mulheres é inferior aos homens.
Remuneração – Em 2010, o rendimento médio dos trabalhadores formais apresentou um aumento real de 2,57%, tomando como referência o INPC. Os rendimentos dos trabalhadores negros foram os que obtiveram maior aumento, com 3,58%, com a remuneração chegando a R$ 1.158,67. Logo após estão os declarados como pardos, com elevação de 3,05% e rendimento médio de R$ 1.196,39, seguidos dos brancos, que tiveram elevação de 2,47% nos rendimentos, passando para R$ 1.696,24. A remuneração média dos indígenas ficou em R$ 1.339,06 e dos amarelos em R$ 2.139,46.
Em 2009, os trabalhadores negros também obtiveram o maior aumento nos rendimentos médios, com uma elevação de 4,12% ante 3,50% dos pardos e 2,69% dos brancos, sinalizando uma redução nas diferenças salariais entre esses trabalhadores. A remuneração média dos vínculos empregatícios declarados como brancos são 46,40% superiores aos rendimentos auferidos como negros e 41,78% acima daqueles declarados como pardos. Esse percentual também registra uma ligeira redução quando comparados com os resultados verificados em 2009, cujos percentuais foram de 47,98% em relação aos negros e 42,57% em relação aos pardos. No que se refere aos resultados de 2007 e 2008, verificou-se essa mesma tendência.
Por grau de instrução mostra que os trabalhadores classificados como brancos auferem rendimentos médios superiores em todos os níveis de graus de instrução, em relação aos trabalhadores considerados como negros e como pardos.
A maior disparidade entre os rendimentos médios entre negros e brancos ocorre no nível superior completo, onde a remuneração média dos negros representa 69,83% dos rendimentos dos brancos. Para os pardos, essa relação com os rendimentos médios dos brancos atinge 74,84%. A menor diferença entre negros e brancos ocorre na faixa de ensino fundamental completo (90,63%), enquanto que, para os pardos, situa-se na faixa de 5º ano completo do ensino fundamental (91,16%).
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