Remuneração de trabalhadores brasileiros teve aumento real de 2,57% em 2010
A renda média registrada pela RAIS/2010 foi de R$ 1.742,00. Em todos os Estados houve aumento dos rendimentos dos trabalhadores
Brasília, 11/05/2011 - Os rendimentos médios dos trabalhadores brasileiros tiveram aumento real de 2,57% em 2010, em comparação com dezembro de 2009. No período, a renda passou de R$ 1.698,35 para R$ 1.742,00. Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais 2010) do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgados nesta quarta-feira (11), o aumento demonstra que existe uma continuidade no processo de elevação das remunerações, conforme observado nos últimos anos.
Em todas as unidades da federação, foi verificado o aumento da renda, com destaque para a Paraíba, onde ocorreu a maior variação, com aumento real de 8,41%. Em seguida o Pará, com 7,54%, e Rio Grande do Norte, com 6,15% de aumento. A menor variação ocorreu no Amazonas, com 0,71%. Em 2009, as variações oscilaram de -2,40%, no Amazonas, e 12,48%, em Roraima.
A maior remuneração média foi registrada no Distrito Federal, na ordem de R$ 3.713,84, contrapondo-se com o valor médio do Ceará, o menor, de R$ 1.228,94. A diferença entre o maior rendimento e o menor é de 202,20%.
Entre as cinco grandes regiões do país, o Norte apresentou a maior taxa de crescimento real (+4,64%) e a região Centro-Oeste registrou a menor taxa (+1,65%). No Nordeste foi observada a menor remuneração média de R$ 1.361,17, oriundos de valores que variam de R$ 1.228,94, para o Ceará, a R$ 1.579,19, para Sergipe. A maior remuneração média foi observada no Centro-Oeste, de R$ 2.172,54, puxada pela renda do Distrito Federal, de R$ 3.713,84. No Sudeste a remuneração média foi de R$ 1.824,93, no Sul, de R$1.611,75 e no Norte de R$ 1.623,77.
Por gênero – A RAIS registrou que tanto a remuneração de homens quanto de mulheres aumentou em 2010, na ordem de 2,62% e 2,54%, respectivamente. O ganho real dos homens superou o obtido pelas mulheres, comportamento inverso do verificado em 2009, quando as mulheres tiveram um aumento de remuneração de 2,70% contra 2,52% dos homens. A elevação real do rendimento dos homens foi resultante da passagem do valor médio de R$ 1.828,71 em 2009 para R$ 1.876,58 em 2010. No caso das mulheres, a renda resultou de uma expansão de R$ 1.514,99 para R$ 1.553,44 no mesmo período.
Combinado com o grau de instrução, o aumento dos rendimentos dos homens decorre de ganhos reais em todos os níveis de instrução, variando de 1,01% para o nível de escolaridade Superior Incompleto, a 3,65% para o nível de Quinto Ano Completo do Ensino Fundamental. As mulheres, embora tenham obtido um ganho real menor que os homens, dentre os nove tipos de escolaridade registrados pela RAIS, em somente nos níveis de Ensino Fundamental Completo (+1,85%) e até o Quinto Ano Incompleto do Ensino Fundamental (+2,82%), apresentou aumentos reais inferiores aos dos homens (+2,11%) e +2,89%, respectivamente). No Nível Superior Completo, onde predomina a participação da mulher e se verifica a maior distância dos salários da mulher em relação ao homem. Ocorreu uma redução na diferença entre os salários, devido a um aumento de 3,17% para mulheres, contra 1,36% para os homens, o maior diferencial de aumento entre todos os níveis.
Por setor de atividade econômica – Entre os oito setores de atividade econômica, seis registraram aumentos reais nas remunerações médias, com destaque para Administração Pública (+5,30%), seguida de Agricultura (+4,04%), da Indústria da Transformação (+3,73%) e da Construção Civil (+3,30). O setor de serviço apresentou aumento de 2,67%. As exceções ficaram por conta do setor da Extrativa Mineral, com redução de 22,86%, seguida de pelos Serviços Industriais de Utilidade Pública, com queda de 2,75%.
Por tipo de estabelecimento, a RAIS registrou m diferencial entre os assalariados de estabelecimento com até quatro vínculos ativos e com 1000 ou mais vínculos ativos, na ordem de 188,32%, resultados superior ao registrado em 2009, que atingiu 185,40%. Segundo os técnicos, esse comportamento é decorrente do aumento expressivo de 4,04% dos estabelecimentos com mais de 1000 vínculos empregatícios, a maior taxa dentre todas as faixas, ante uma elevação de 2,97% para os estabelecimentos situados nos estados de até quatro vínculos ativos. Um conjunto de fatores é apontado para justificar a diferença, entre eles, o nível de escolaridade, o grau de sindicalização e o poder de mercado dos estabelecimentos de repassar os custos aos preços.
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