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Representantes indígenas visitam o MTE

Durante encontro que tiveram com o professor Paul Singer, chefes das aldeias onde será realizado o primeiro Consórcio Social da Juventude Indígena sugerem implementar economia solidária na região

Brasilia, 29/05/2008 - O secretário nacional de Economia Solidária, professor Paul Singer, recebeu nesta quarta-feira (28), na sede do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasilia, a visita de representantes das aldeias indígenas Kremouro, Txukahamae e Kapoto.  Sobrinhos do cacique Raoni, os indios disseram estar esperançosos com a implementação do primeiro programa de capacitação para jovens da comunidade indígena.

"Estamos contentes com o projeto do MTE em relação ao Consórcio Social da Juventude Indígena", disse o administrador da adminitração regional de Colider (MT), Megaron Txucarramae. No encontro com Singer, Txucarramae também sugeriu que a formação dos jovens que participarem do consórcio seja ampliada para o segmento de economia solidária.

Com aula inaugural prevista para o próximo mês, o Consórcio Social da Juventude do Xingu qualificará 1.000 jovens até dezembro de 2008, no Mato Grosso e no Pará.  O projeto tem como objetivo qualificar os jovens indígenas em atividades de beneficiamento de produtos agroflorestais, como óleo de copaíba, castanha do Brasil, pequi e essência de breu branco; em bioconstrução, produção de audiovisual e de mel, além de formação de brigada indígena anti-incêndio.

Pioneiro na qualificação de indígenas, serão investidos R$ 1.803.150,00 no programa, além de R$ 600.000,00 a serem repassados em bolsas diretamente aos alunos, em 6 parcelas de R$ 100,00. Participarão do Consórcio jovens indígenas habitantes das aldeias Kayapó Metuktire, Capoto Jarina, Piaraçú e Pykany. Além destes, os povos Juruna, Suyá, Panará,Tapajúna e Kayabi também serão contemplados.

Também participaram do encontro, o supervisor de controle geral do Consórcio Social da Juventude do MTE, Marcos Fensterseifer Woortmann; o coordenador de fomento da Senaes, Jorge Nascimento; coordenador de etnodesenvolvimento do Programa Brasil Local, Quêner Chaves; Puiu Krenouro, chefe da aldeia Txukahamae e Jaboti Metyktire, chefe do posto Funai da aldeia Metyktire. Além da visita, Singer recebeu um livro com histórias indígenas, além de um calendário. Após a reunião, os índios almoçaram no restaurante do Ministério do Trabalho.

Programa Brasil Local -  Desenvolvido para a geração de trabalho e renda por meio da economia solidária, o Brasil Local é um projeto, sob o comando da Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, que incentiva a organização de empreendimentos geridos pelos próprios trabalhadores, facilitando o acesso a políticas públicas de incentivo, como capacitação, crédito comunitário, equipamentos formalização e escoamento da produção.

O apoio do projeto se justifica uma vez que o Consóricio Social da Juventude prevê atividades de empreendedorismo, no qual os indígenas deverão montar suas próprias cooperativas, a serem incubadas e assessoradas pelo Sebrae, Banco do Brasil e Senaes. O foco é aliar os conhecimentos tradicionais e os adquiridos durante o curso para que os jovens garantam a sustentabilidade e desenvolvimento de seus territórios, em consonância com suas culturas locais.

IBGE - De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), hoje no Brasil, entre mais de 570.000 pessoas auto-declaradas indígenas 266.456 (46%)  não são economicamente ativas. O Consórcio Social da Juventude Indígena do Xingu, o Programa Brasil Local e seus parceiros  trabalham na construção de uma perspectiva de sustentabilidade econômica para os territórios e populações indígenas,  para gradualmente transformar positvamente a realidade dos povos indígenas por meio da capacitação dos jovens das comunidades e da promoção de seus conhecimento tradicionais aliados à procedimentos técnicos de sustentabilidade.

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