SRTE/SP resgata 17 peruanos em confecção
As peças encontradas eram para as marcas Unique Chic, Schutz, Hit e Forma Fashion
Brasília, 10/03/2014 – A fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) através da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP) resgatou 17 trabalhadores peruanos encontrados em situação análoga a de escravidão numa confecção no bairro de Cangaíba, na Zona Leste da capital paulista. A operação, que ocorreu na sexta-feira (7), contou com a participação do Consulado do Peru em São Paulo e foi desencadeada após denúncia feita por um peruano que conseguiu fugir do local após ser agredido pelo dono da confecção.
Além de terem seus documentos retidos pelo casal que administra a confecção, os trabalhadores eram vigiados por câmeras de segurança, faziam jornadas exaustivas, não tinham descanso semanal e apenas saiam da confecção para dormir num alojamento localizado do outro lado da rua, segundo relataram em depoimentos.
"Além das jornadas excessivas de trabalho constatamos a condição de servidão por dívida, já que os donos custearam a vinda deles para São Paulo e eles ficaram devendo esse dinheiro. A situação trabalhista é absurda e nesse caso temos também a questão criminal”, explicou o chefe estadual de fiscalização da SRTE-SP, Marco Antonio Melquior, que coordenou a operação que contou com a participação da Polícia Civil, do Ministério Público do Trabalho, da Secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania e da Defensoria Pública Federal.
Na oficina de costura a fiscalização do Ministério do Trabalho e os peritos da Polícia Civil apreenderam notas fiscais, documentos, computadores e peças de roupas para análise.“O trabalho escravo está abastecendo grandes redes e grifes famosas. A maior parte das peças encontradas no local eram produzidas para a Unique Chic, mas também haviam peças sendo produzidas para as marcas Schutz, Hit e Forma Fashion.
Os trabalhadores estão prestando depoimentos e as empresas envolvidas também poderão ser responsabilizadas. Não vamos dar trégua para a precarização e exploração do trabalho humano. A fiscalização vai continuar intensa”, afirmou o superintendente da SRTE/SP, Luiz Antonio Medeiros.
Assessoria de Comunicação Social/MTE
Com informação da Comunicação da SRTE/SP
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