Ministro defende cotas para aprendizes em empresas e órgãos públicos e afirma que qualificação profissional será um desafio para o crescimento da economia
Foto: Divulgação/MTE
Lupi em palestra sobre formação de mão-de-obra no Brasil
São Paulo, 09/11/2010 - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, voltou a defender nesta terça-feira (09) a adoção de cotas para jovens aprendizes na Administração Pública, a exemplo do que já ocorre nas empresas privadas de médio e grande porte. Em palestra no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), onde fez uma exposição sobre os desafios do mercado de trabalho brasileiro, Lupi disse que o país precisa adotar medidas ousadas para evitar a escassez de mão-de-obra qualificada e seguir crescendo.
"Na questão da aprendizagem, penso que o governo deve dar o exemplo. Se cobramos das empresas uma participação mínima de 5% de aprendizes, é razoável estabelecer uma cota para que órgãos e empresas estatais se unam a este esforço. Isso será bom para os jovens, para o Governo e para todo o Brasil", afirmou, reconhecendo que a legislação cria dificuldades para a medida.
Por lei, as empresas com mais de sete empregados devem reservar de 5% a 15% de aprendizes para funções que exigem qualificação. Nestamodalidade, jovens de 14 a 24 anos são contratados com carteira assinada e executam tarefas sob a orientação de profissionais. Eles também realizam cursos de formação, e os menores de 18 têm jornada reduzida.
Ao fazer uma retrospectiva sobre os oito anos do Governo Lula, Lupi destacou o aumento real de 73% do salário mínimo e a formalização de 15 milhões de trabalhadores como as principais conquistas do Governo Lula na área do trabalho. No entanto, ressalvou que o avanço do processo de formalização dependerá de uma nova abordagem sobre velhas questões das relações de trabalho.
"A sociedade precisa repensar alguns mitos como a questão da informalidade. Boa parte do que consideramos 'informais' hoje são na verdade profissionais autônomos, como taxistas, jornaleiros e médicos, que optaram por esse caminho. Se queremos avançar, precisamos ampliar esse debate, para saber o que focar", propôs.
O ministro também afirmou que a sociedade terá de desenvolver o que chamou da "cultura de preparação para o emprego imediato", expandindo os cursos técnicos e treinamentos de curto e médio prazo. "Podemos crescer muito mais focando no ensino técnico. Com a aceleração do crescimento, muitas cidades hoje já não encontram mestres de obra, eletricistas, azulejistas e garçons", disse.
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