Último levantamento da Relação Anual de Informações Sociais, do Ministério do Trabalho e Emprego, aponta que no Brasil existem mais de 18 mil profissionais em exercício no mercado
Brasília, 13/10/2008 - Dedicação e atualização, duas palavras que podem definir o perfil necessário a um fisioterapeuta. Da faculdade à vida profissional, ele aprende a prevenir, habilitar e, principalmente, reabilitar pacientes com complicações ortopédicas, circulatórias, cardíacas e neurológicas. O fisioterapeuta é o responsável por restaurar a esperança de retomar os movimentos até de pacientes com limitações permanentes e, devido a sua importância, o Ministério do Trabalho e Emprego celebra hoje (13) o seu dia.
Apesar da relevância, geralmente, o paciente só recorre à fisioterapia quando o problema já está estabelecido, seja um caso mais simples em que apresenta uma postura inadequada e procura a Reeducação Postural Global (RPG) ou grave como Acidente Vascular Cerebral (AVC) que demanda mais tempo de tratamento.
"Em algumas situações é inevitável que se pule etapas da prevenção e siga direto para o tratamento como no caso de um acidente de carro. Mas do contrário, o trabalho preventivo é de suma importância para evitar intercorrências futuras", lembrou a fisioterapeuta e especialista em ortopedia e traumatologia, Marília da Silva Diniz. "As pessoas aqui no Brasil têm o costume de ir ao fisioterapeuta apenas para se tratar e não para se prevenir. Contudo, algumas delas estão se conscientizando e procurando a fisioterapia preventiva, o pilates, por exemplo."
Para ela, é muito gratificante exercer tal profissão. "A fisioterapia é a arte de tentar curar (um movimento perdido, um ombro fraturado); melhorar (por exemplo, a marcha do paciente com o objetivo de evitar mais distúrbios, principalmente na coluna), proporcionar uma melhor qualidade de vida ou simplesmente tentar fazer com que o paciente se sinta acolhido, bem cuidado e amado".
Outra profissional orgulhosa de seu ofício é a diretora-secretária do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), Elineth da Conceição Silva Braga. "A fisioterapia é uma profissão recente e, com o decorrer do tempo, tem agido na qualidade de vida das pessoas. Antigamente era comum conviver com dor e com dificuldade respiratória, mas a fisioterapia atua de forma a melhorar isto. Ela permite a qualidade e a readaptação na vida funcional domiciliar e profissional"
Elineth e Marília fazem parte de um mercado bastante competitivo. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que em 2006, o número de pessoas que concluíram o curso de graduação ultrapassou a casa dos 15 mil. Destes 12.258 eram mulheres e 3.672 homens.
Tal contingente vem sendo absorvido pelo mercado. Segundo levantamento da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2006 havia 18,319 mil fisioterapeutas formalmente registrados. Na época, a maior concentração estava no estado de São Paulo (5.807) e a menor em Roraima, apenas quatro pessoas empregadas na área. A Rais informa ainda que a remuneração média no país era de R$ 1,609 mil. O Distrito Federal despontava ao pagar mais de R$ 3,5 mil e, Roraima aparecia novamente com os números mais baixos, R$ 632.
Os dados do MTE não contabilizam àqueles que atuam sem carteira de trabalho assinada. Desta forma, a quantidade de fisioterapeutas pode ser ainda maior. De acordo com o IBGE, em 2005, havia 32,266 mil pessoas no setor, divididas por jornada de trabalho integral, parcial e indefinida. Outro levantamento é do Coffito, cujo número de profissionais no Brasil, com registro no Conselho, é de 114.461.
Regulamentação - Registrados ou não, o fato é que a profissão de fisioterapeuta foi regulamentada, no dia 13 de outubro de 1969, por meio do Decreto-lei nº 938. Assim, todos os que a exercem têm seus direitos e garantias resguardados. Ademais, a fisioterapia consta na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho e Emprego desde 1982 e está sob o código 2236-05.
Para a CBO, cabe aos profissionais atender pacientes para prevenção, habilitação e reabilitação de pessoas utilizando protocolos e procedimentos específicos de fisioterapia, terapia ocupacional e ortopedia. Além disso, entre outras atividades realizam diagnósticos específicos; analisam condições dos pacientes; orientam familiares e responsáveis; desenvolvem programas de prevenção e promoção de saúde.
"O trabalho do fisioterapeuta é essencial em um tratamento de reabilitação. Tanto o estímulo dado por ele quanto a competência já adquirida fazem com que o paciente alcance o progresso almejado, de forma que não perca a força de vontade", defende Fernanda Fontenele, de 21 anos. Ela sofreu acidente de carro em outubro de 2003 e, desde então, perdeu o movimento das pernas. Depois dos exercícios de fisioterapia, tem apresentado melhora significativa com relação à sensibilidade.
A Classificação informa que a área de atuação compreende desde consultórios, hospitais, ambulatórios e clínicas à escolas, domicílios, clubes, comunidades e indústrias. Podem trabalhar nas áreas de saúde, educação e serviços sociais, em caráter liberal ou com vínculo empregatício e ainda na prestação de serviços terceirizados.
Acupuntura e pilates - O campo é vasto e alguns profissionais agregam ao currículo conhecimentos específicos tais como acupunturismo e pilates. O primeiro é uma técnica que consiste no estímulo de determinados pontos presentes superfície da pele. Durante a sessão, podem ser utilizadas agulhas, ventosas, massagens, e até o calor. Já o pilates é um método de condicionamento físico e mental que trabalha flexibilidade, consciência corporal, equilíbrio e força por meio de uma série de exercícios.
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