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Brasil gera mais de 2 milhões de empregos de janeiro a novembro  Notícia em formato Áudio.

Entre 2003 e 2008 foram gerados 8.375.918 postos de trabalho celetistas.Atualmente, o estoque de trabalhadores formais no país é de 31,07 milhões. Em novembro, o desempenho do Caged foi negativo em 40 mil vagas

Foto: Renato Alves

Ministro Carlos Lupi durante coletiva apos anuncio do caged novembro 2008

Ministro Carlos Lupi durante

coletiva sobre o Caged

 

Brasília, 22/12/2008 - De janeiro a novembro a geração de empregos formais no país bateu recorde: foram 2,107 milhões postos de trabalho criados, uma alta de 7,27% em relação ao estoque de dezembro de 2007. Mais gente desfrutando de direitos como férias remuneradas, 13º salário, seguro-desemprego, FGTS. Este resultado é o maior da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para o período, superando em 8,8% o recorde anterior ocorrido em 2007 (+1.936.806 postos de trabalho ou 7,08%).

De acordo com os números do Caged, o nível de emprego formal celetista no país apresentou ligeira queda de 0,13% em novembro em relação ao estoque de assalariados celetista do mês anterior, o que representou uma perda de 40.821 empregos. Tradicionalmente, os dados do Caged mostram que em novembro se verifica uma redução no ritmo de crescimento ou queda no emprego, comportamento esse influenciado por fatores sazonais conjugados com os movimentos conjunturais. Em novembro de 2008 esse declínio do emprego, além de refletir uma marcante sazonalidade, parece indicar a presença dos efeitos negativos da crise financeira internacional. Foi o que divulgou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (22) o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

"Dezembro é um mês que tradicionalmente tem queda de empregos. A média dos últimos anos é de cerca de 300 mil negativos. No entanto, eu acredito que por efeito da crise, que acabou gerando temor nos empresários, novembro apresenta uma antecipação destas demissões. Portanto, espero que dezembro seja um negativo menor do que os anos anteriores e ao final de 2008 tenhamos o recorde de geração de empregos entre 1,8 milhão e 1,95 milhão de postos celetistas. Garantindo o maior resultado da história do Caged", destacou o ministro Lupi, lembrando que o recorde anterior fora em 2007, com 1,617 milhão de vagas formais criadas.

Ministro Carlos Lupi durante coletiva apos anuncio do caged de novembro 2008

Nos últimos 12 meses, o montante de empregos criados atingiu 1.787.736 empregos formais (6,10%), resultado 10,4% acima do saldo anterior para semelhante período (dezembro a novembro), ocorrido em 2007 (+1.619.313 postos de trabalho ou 5,85%).

Entre 2003 e 2008 foram gerados 8.375.918 postos de trabalho celetistas.Atualmente, o estoque de trabalhadores formais no país é de 31,07 milhões.

Setores de atividade econômica - Em termos setoriais, o desempenho de novembro foi determinado pela conjugação de movimentos distintos: expansão nos setores associados ao consumo de fim de ano (Comércio e Serviços) e queda nos demais setores, sobressaindo a Indústria de Transformação, Agricultura e Construção Civil. Tais desempenhos estão influenciados pela entressafra no centro-sul do país (cana-de-açúcar, café) e pelo período de chuvas, alimentados pelo contexto macroeconômico.

O Comércio respondeu pela criação de 77.886 empregos ou expansão de 1,15%, proveniente da criação de 71.580 postos (+1,26%) no segmento Varejista e do aumento de 6.306 postos de trabalho (+0,56%) no segmento Atacadista. O setor de Serviços, por sua vez, foi responsável pela geração de 39.296 postos de trabalho (+0,32%), impulsionado principalmente pelos segmentos de Serviços de Alojamento, Alimentação e Reparação (+14.662 postos ou +0,34%), de Serviços de Comércio e  Administração de Imóveis e Serviços Técnicos Profissionais (+14.462 postos ou +0,46%) e dos Serviços Médicos Odontológicos (+7.285 postos  ou 0,58%), o melhor resultado para o mês da série histórica do Caged.

A Indústria de Transformação registrou uma queda em novembro de 1,07% no contingente de assalariados com carteira assinada em relação ao mês anterior, resultante da perda de 80.789 empregos. Tal comportamento decorreu do declínio de todos os segmentos do setor, cabendo destacar a Indústria de Produtos Alimentícios e Bebidas (-13.524 postos ou -0,73%), Indústria de Material de Transportes (-11.634 postos ou -2,22%), Indústria Metalúrgica (-10.960 postos ou -1,44%) e Indústria de Calçados (-9.841 postos ou -2,95%).

Na Agricultura, a redução de 50.522 empregos (-2,97%) pode ser atribuída fundamentalmente à variável de cunho sazonal, uma vez que os resultados de novembro dos últimos três anos estão próximos do ocorrido em novembro de 2008. Em novembro de 2007, a variação foi de -43.105 postos (-2,59%), sendo de -50.757 postos (-3,12%) em novembro de 2006 e de -57.088 postos (-3,50%) em novembro de 2005.

A Construção Civil, após um período de expressivas taxas de crescimento, apresentou uma perda de 22.731 empregos ou redução de 1,24%. Este resultado pode ser justificado, em parte, pelo componente sazonal relacionado ao período de chuvas, já mencionado. Na série do Caged, com exceção do mês de novembro de 2007, no qual se verificou uma geração de 7.811 postos, nos demais meses se presenciou uma variação negativa que oscilou entre -3.515 postos em novembro de 2005 a -27.301 postos em novembro de 1998.

"Normalmente novembro não é bom mês para a Construção Civil. Mas este setor continua sendo o que mais cresceu em 2008, 18,32%. O último mês foi de fortes chuvas em boa parte do Brasil, além disso havia o temor por falta de crédito. No entanto, o FGTS liberou mais recursos para a construção. O governo está tomando as atitudes necessárias para que o dinheiro chegue ao investidor e ao consumidor. Então, a partir de janeiro, nós vamos ter a construção civil reativada, sendo em março mais fortemente", disse Lupi.

Regiões - Em novembro, ao tomar como referência o recorte geográfico, verificou-se que as regiões Sul (+11.711 postos de trabalho criados ou aumento de 0,20%) e Nordeste (+8.287 postos ou +0,19%) expandiram o nível de emprego e as demais registraram quedas: Sudeste, -38.397 postos de trabalho (-0,22%), Centro-Oeste, -15.046 postos de trabalho  (-0,68%), Norte, -7.376 postos de trabalho (-0,58%).

Estados - As informações por Unidades da Federação mostram que os destaques positivos couberam aos estados do Rio de Janeiro (+17.547 postos ou +0,59%), Rio Grande do Sul (+8.036 postos ou + 0,39%) e Ceará (+4.245 postos ou +0,58%). Por outro lado, os maiores declínios nos números de empregos ocorreram nos estados de Minas Gerais (-33.921 postos de trabalho ou -1,01%), São Paulo (-20.884 postos ou -0,20%), Mato Grosso (-8.025 postos ou -1,76%) e Goiás (-6.238 postos ou -0,74%). Tais desempenhos estão fortemente influenciados pela entressafra no Centro Sul do País, como também por fatores conjunturais.

Interior x área metropolitana - Em novembro, em função da sazonalidade positiva de fim de ano, o emprego formal celetista no conjunto das áreas metropolitanas cresceu 0,25%, equivalente ao aumento de 32.076 postos de trabalho. Em sentido oposto, os municípios dos estados não integrantes desses aglomerados urbanos apresentaram redução de 56.675 postos de trabalho (-0,49%), devido à influência negativa do ciclo agrícola nesses espaços geográficos, durante essa época do ano.

 

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