Em reunião da OIT, realizada no Chile, ministros do Trabalho na América destacam a importância de tornar o emprego como um objetivo macroeconômico a ser monitorado
Brasília, 15/01/2010 - Considerar o emprego como um indicador de êxito das políticas públicas em um modelo de crescimento econômico. Este é um dos pontos de destaque do documento extraído ao término da reunião da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada na última quarta-feira (13), no Chile. Ministros de Trabalho do Brasil, Argentina, Chile e México participaram do encontro, convocado pelo diretor da OIT, Juan Somavia.
"Num momento em que se discute em nível global o processo de recuperação frente à crise seria oportuno estudar a viabilidade técnica de ter o emprego como um objetivo macroeconômico", destaca o assessor especial para Assuntos Internacionais do MTE, Mario Barbosa, que também participou do encontro. "O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, aprofundou esse aspecto em seus comentários durante o encontro, considerando importante fazer com que o emprego fosse tratado com um objetivo macroeconômico, a exemplo dos índices de inflação e taxa de juros", completou.
No intercâmbio com ministros do G20, a criação de um índice universal para medir a evolução do emprego em todos os países foi defendido pelo ministro Carlos Lupi. Segundo ele, a medida tornaria mais claro o efeito das diversas políticas econômicas sobre geração de postos de trabalho, mantendo o emprego como o grande foco do debate econômico.
Isso porque, no Brasil, o Cadastro Geral de Empregos e Desempregos (Caged) apresenta, mensalmente, um raio-x do mercado de trabalho, o que tem auxiliado o Governo a orientar as políticas públicas.
Trabalho decente - A necessidade de se fomentar políticas públicas e outras medidas que propiciem a recuperação econômica com criação de emprego e trabalho decente também constam no documento final. A criação de um piso básico de proteção social como garantia para uma melhor participação no mercado de trabalho e como elemento para alavancar o consumo interno também foram mencionados.
"O documento é a síntese do que foi o intercâmbio que os ministros fizeram sobre o tema crescimento do emprego considerando que, no geral, durante a crise o emprego cai e, depois na recuperação econômica, o emprego muitas vezes não consegue alcançar o equivalente ao que era antes", avaliou Barbosa.
A próxima reunião dos países do G20 está prevista para abril, em Washington, Estados Unidos. Antes, haverá um encontro preparatório nos dias 25 e 26 de janeiro, também em Washington.
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