Trabalhadores atuavam no corte de capim e no roço de juquira em São João do Carú. Resgatados não possuíam registro na carteira de trabalho e o alojamento era precário, entre outras infrações
Brasília, 25/01/2011 - Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM) para Erradicação do Trabalho Escravo, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), resgatou 20 trabalhadores, sendo 3 menores, numa fazenda no município de São João do Carú, interior do estado do Maranhão. Eles atuavam no corte de capim e no roço de juquira (retirada de arbustos, ervas daninhas e outras plantas indesejáveis da plantação) desde o mês de dezembro do ano passado e eram submetidos à condições análogas a de escravo. Nenhum possuía registro em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
Os locais destinados ao alojamento eram compostos de barracos de lona plástica montados por eles mesmos dentro da floresta. Nas frentes de trabalho inexistiam instalações sanitárias, local para refeições e água potável. Os trabalhadores bebiam água de rio e se alimentavam de carnes que eram estendidas em varais.
Segundo o coordenador do GEFM, Klinger Fernandes Santos Moreira, os trabalhadores corriam risco de vida na fazenda. "A situação dos trabalhadores era de extrema precariedade. Estavam expostos, inclusive, a ataques de animais, pois os barracos eram montados no meio do mato", afirma o coordenador.
Os salários estavam atrasados. O GEFM efetuou o cálculo e o pagamento de rescisão de contrato de trabalho a todos os trabalhadores, somando R$ 63 mil e também os encaminhou ao seguro-desemprego e as suas cidades de origem.
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