Pela primeira vez no ano o saldo de vagas com carteira assinada foi positivo no setor. Brasil gerou mais de 106 mil postos no quarto mês do ano, crescimento de 0,33% em relação a março
Foto: Renato Alves
Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, durante a divulgaçao do Caged
Brasília, 18/05/2009 - O mês de abril apresentou saldo de 106.205 novos postos trabalho com carteira assinada. Foi o que divulgou esta segunda-feira (18) o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, em coletiva de imprensa em Brasília. O resultado do quarto mês do ano representou crescimento de 0,33% em relação ao estoque de março, sendo o melhor resultado mensal de 2009 e o terceiro mês consecutivo de expansão na empregabilidade formal. Tal geração parece indicar a consolidação do quadro de recuperação do emprego após os saldos negativos do pico dos impactos da crise econômica mundial.
O número de admissões em abril foi de 1.350.446, o segundo maior da série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e o de desligamentos foi de 1.244.241, o maior da série histórica para o período, mostrando um aumento de 2,95% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado indica, contudo uma desaceleração em relação ao percentual de crescimento observado em 2008 (24,48%) em relação a 2007.
"O principal sintoma da recuperação da economia é a empregabilidade. Onde tem crescimento, tem geração de emprego. Na minha avaliação, vamos viver em 2009 o inverso de 2008. Ano passado tivemos um início mais forte e depois a queda por conta da crise. Esse ano tivemos um começo ainda impactado pela turbulência financeira internacional, mas já verificamos a recuperação. Ouso prever que teremos uma geração de 1 milhão de postos até o final do ano. E crescimento da economia de mais de 2%", disse o ministro Carlos Lupi.
No acumulado do ano o saldo é pela primeira vez positivo: 48.454 postos no primeiro quadrimestre de 2009, equivalente ao crescimento de 0,15%, tomando como referência o mês de dezembro de 2008. Nos últimos 12 meses, o emprego formal apresentou crescimento de 2,08%, resultante da criação de 651.696 postos de trabalho.
"Pela primeira vez em 2009 temos saldo anual positivo, com mais de 48 mil novos postos. O mês de março já representou esta virada. O mês de abril consolida a tendência de crescimento. Todos os 26 setores da economia estão apresentando reação. Ou positiva - o que é a maioria - ou com redução do impacto negativo. Das 27 unidades da federação, 18 apresentaram resultado positivo e apenas 9 negativos. Dos 20 maiores países, o Brasil é o primeiro a apresentar saldo positivo de emprego. Os EUA registraram meio milhão de demissões em abril, e quase 5 milhões em um ano. Estes dados me fazem ser otimista, porque estamos acompanhando o desempenho do emprego por setor, área, subárea, estado e região, e todos os cruzamentos me levam a ser otimista", explicou Lupi.
Pela primeira vez em 2009 temos saldo anual positivo, com mais de 48 mil novos postos. O mês de março já representou esta virada. O mês de abril consolida a tendência de crescimento. Todos os 26 setores da economia estão apresentando reação. Ou positiva - o que é a maioria - ou com redução do impacto negativo. Das 27 unidades da federação, 18 apresentaram resultado positivo e apenas 9 negativos. Dos 20 maiores países, o Brasil é o primeiro a apresentar saldo positivo de emprego. Os EUA registraram meio milhão de demissões em abril, e quase 5 milhões em um ano. Estes dados me fazem ser otimista, porque estamos acompanhando o desempenho do emprego por setor, área, subárea, estado e região, e todos os cruzamentos me levam a ser otimista.
Entre janeiro de 2003 a abril de 2009 foram gerados 7.769.426 postos de trabalho. O estoque de trabalhadores com carteira assinada no Brasil é de 32,04 milhões.
Setores de atividade econômica - Serviços, Agricultura e Construção Civil foram as atividades que mais contribuíram para o saldo positivo no Caged de abril. Os dados mostram elevação do emprego quase generalizada. A única exceção ficou por conta do setor Extrativo Mineral, que registrou uma perda de 582 postos de trabalho (-0,34%).
No setor Serviços foram criados 59.279 postos, o quinto maior saldo da série para o período, representando uma elevação de 0,46% no estoque de emprego. Esse desempenho originou-se do aumento de cinco dentre os seis ramos que integram o setor, com destaque para: os Serviços de Alojamento, Alimentação e Reparação (+15.249 postos ou +0,33%), os Serviços de Comércio e Administração de Imóveis (+12.424 postos ou +0,36%) e os Serviços de Transportes e Comunicações (+12.381 postos ou +0,73%). Merecem destaque também o Ensino (+10.056 postos ou +0,82%, o terceiro melhor saldo da série) e os Serviços Médicos e Odontológicos (+9.606 postos ou +0,73%, o segundo melhor resultado da série histórica do Caged). O segmento das Instituições Financeiras foi o único que apresentou saldo negativo, embora bastante tênue (-437 postos ou -0,07%).
A Agricultura, ao responder pelo incremento de 22.684 postos de trabalho, apesar de ter evidenciado um desempenho menor que o de 2008 (+38.627 postos ou +2,43%) deu continuidade ao processo de recuperação iniciado em fevereiro de 2009.
A Construção Civil, com a geração de 13.338 postos (+0,68%), apresentou o quarto mês consecutivo de crescimento e o segundo melhor desempenho de 2009, superado apenas pelo ocorrido em março último (+16.123 postos ou +0,83%).
Indústria apresenta o primeiro saldo positivo - A Indústria de Transformação, embora tenha apresentado uma relativa estabilidade (+183 postos ou +0,00%), interrompeu a acentuada trajetória de fechamento de postos verificada nos cinco meses anteriores, apontando uma sensível melhora em relação a março último, cujo resultado foi a perda de 35.775 postos ou declínio de 0,49%. Dos doze ramos que compõem o setor, quatro apresentaram saldo positivo, com destaque para a Indústria de Produtos Alimentícios (+18.967 postos ou +1,06%), resultado semelhante ao ocorrido em abril de 2004 (+18.525 postos ou +1,34%), ano de melhor desempenho do setor na série do Caged, a Indústria da Borracha e Fumo (+3.082 postos ou + 0,96%), saldo ligeiramente superior ao de abril de 2008 (+3.077 postos ou +0,93%) e a Indústria de Calçados (+1.286 postos ou +0,40%), que manteve a seqüência de resultados positivos iniciada em janeiro de 2009, em que pese a redução no ritmo de crescimento em relação ao mês anterior. As Indústrias Metalúrgica (-9.025 postos ou -1,26%) e Mecânica (-5.650 postos ou -1,11%) mantiveram suas trajetórias negativas, embora num ritmo menos acentuado comparativamente aos resultados do mês anterior (-11.879 e -7.913 postos, respectivamente).
Comércio também demonstra recuperação - O setor Comércio, após quatro meses de resultados negativos, apresentou aumento de 5.647 postos de trabalho (+0,08%) no contingente de assalariados com carteira assinada e a Administração Pública obteve uma expansão de 0,63%, resultante da geração de 5.032 postos de trabalho, o terceiro melhor resultado da série do Caged.
Regiões - Em termos geográficos, quatro das cinco regiões tiveram saldos positivos: Sudeste (+99.065 postos ou +0,56%), Centro-Oeste (+19.402 postos ou +0,83%), Sul (+11.708 postos ou +0,20%) e Norte (+652 postos ou +0,05%). Apenas a Região Nordeste (-24.622 postos ou -0,52%) apresentou saldo negativo, embora em nível bastante inferior ao saldo do mês anterior (-40.208 postos ou -0,85%), devido à influência sazonal do complexo sucro-alcooleiro.
Estados - Em termos de Unidades da Federação, dezenove das vinte e sete apresentaram desempenho positivo, das quais três revelaram resultados recordes: Rondônia (+2.074 postos), Acre (+593 postos) e Amapá (+498 postos). Em termos absolutos, merecem destaque São Paulo (+72.022 postos), Minas Gerais (+15.602 postos) e Goiás (+14.662 postos, o segundo melhor resultado da série). Por outro lado, os estados de Alagoas (-16.680 postos) e Pernambuco (-10.985 postos) reduziram o emprego.
Interior x área metropolitana - No conjunto das Regiões Metropolitanas, o nível de emprego cresceu 0,15% em relação ao mês anterior, com a geração de 20.008 postos de trabalho, resultado menor que o registrado nos municípios do interior dos estados desses aglomerados urbanos (+79.199 postos ou +0,68%), cujo dinamismo está associado, em grande parte, à cadeia sucroalcooleira da região centro-sul do país. Destacaram-se o interior do estado de São Paulo, com a abertura de 63.864 vagas (+1,30%) e o interior de Minas Gerais (+13.537 postos ou +0,65%). No caso das Áreas Metropolitanas, os destaques foram São Paulo (+8.158 postos ou +0,15%) e Salvador (+3.065 postos ou +0,44%).
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