Profissão criada no Brasil no dia 25 de janeiro de 1663, atualmente o país conta com aproximadamente 64.359 carteiros em atividade
Brasília, 23/01/2009 - Que internet que nada, se até o Papai Noel ainda recebe cartinha é sinal que nem mesmo a tecnologia conseguirá acabar com esse costume que percorre a história mundial. Afinal, apenas no Brasil existem mais de 64 mil carteiros.
Porém, há uma particularidade. Talvez por resquício da legislação e dos costumes brasileiros, que só permitiram a participação feminina nesta profissão a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, atualmente há apenas 6.940 mulheres contra 57.419 homens em atividade - segundo o levantamento da Relação Anual de Informações Sociais (Rais/2007), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Dentre as regiões brasileira o destaque fica por conta do Sudeste e seus 35.083 carteiros. Posição facilmente explicável visto que os três maiores contratantes encontram-se na região, sendo, respectivamente, os estados de São Paulo (19.510), Rio de janeiro (7.675) e Minas Gerais (6.768).
O Sul do país aparece logo depois com 10.915 profissionais, seguido pelas regiões Nordeste (9.896) e Centro-Oeste (5.155). O menor número de carteiros em atividade foi registrado no Norte brasileiro, com apenas 3.310 representantes da categoria.
O Dia - Tudo começou em 1663, quando no dia 25 de janeiro foi criada no Brasil a função de Correio-Mor (nome dado ao carteiro naquela época). Luiz Gomes da Matta Neto, que já atuava como Correio-Mor em Portugal, assumiu o posto no Brasil e se tornou o responsável pela troca de correspondências da Corte. Com a sua nomeação, começou a funcionar o Correio no Brasil - uma organização paraestatal e qualificada para receber e expedir toda correspondência do Reino.
Porém, é importante que se diga que esse privilégio não era para todos. Os que não pertenciam a Corte tinham que enviar suas correspondências por mensageiros, escravos ou viajantes (como tropeiros ou bandeirantes). Vale lembrar que dentre todos foi o mensageiro postal Paulo Bregaro que mais se destacou na história, ao entregar ao então Príncipe D. Pedro I as notícias de Portugal que culminariam na Independência do Brasil. O feito ganhou tanto destaque que Bregaro é considerado ainda hoje o patrono dos Correios.
A partir de 1835 a Empresa de Correios começou a realizar a entrega em domicílios, antes apenas as casas comerciais e os particulares que pagassem uma contribuição anual (de 10 a 20 mil réis) tinham esse direito. Em 1852 o telégrafo foi introduzido no país, mas foi apenas em 1931 que houve a fusão dessa repartição com o Departamento de Correios - que em 1989 passaria a se chamar Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).
Memória MTE - Embora existisse desde 1989, foi no ano passado que a Federação Nacional dos Correios Telégrafos e Similares conseguiu a Certidão de Registro Sindical, junto ao Ministério do Trabalho e Emprego. "Este é um dia simbólico, pois o Estado reconhece e concede o registro tão esperado à nossa Federação", comemorou na época Manoel Cantoara, secretário-geral da FENTECT. Com a Certidão a federação, que conta com 110 mil trabalhadores e 33 sindicatos, passou a ter legitimidade para representar os seus associados.
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