Ação múltipla foi realizada nas cidades de Paraúna e Joviânia
Brasília, 18/06/2010 - Ação fiscal realizada pelo MTE na zona rural dos municípios de Paraúna, Joviânia e Mineiros encontrou 102 trabalhadores em condições análogas à escravidão. Segundo relatório da fiscalização, entre as infrações às normas trabalhistas, as mais percebidas foram as de segurança e saúde no trabalho rural flagradas em empresa especializada no cultivo de sementes certificadas de milho híbrido.
As frentes de trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Goiás descobriram 99 trabalhadores em precárias condições de trabalho nas cidades de Paraúna e Joviânia, onde foi montada a logística de recrutamento e contratação de mão-de-obra, realizada por uma empresa de prestação de serviços.
Os trabalhadores foram abrigados em 20 barracos sem infraestrutura de higiene e saúde. Nas moradias não havia móveis, e os trabalhadores contavamapenas com pertences pessoais. Os trabalhadores dormiam no chão forrado com panos sobre pedaços de espumas sujas, ou em redes improvisadas.
Fiscalização em Dragas - Outros três trabalhadores foram resgatados na cidade de Mineiros, no Sudoeste goiano. Os trabalhadores atuavam em cinco dragas de extração de areia nos rios Verde e Monte Alto, em uma fazenda localizada a 15 quilômetros da cidade.
Conforme depoimentos prestados pelos trabalhadores aos fiscais, um deles trabalhava no local há 14 anos. Foram constatadas diversas irregularidades quanto à legislação trabalhista; e o que levou à configuração da condição análoga à de escravo foram as condições degradantes de moradia às quais eram submetidos os trabalhadores. Eles estavam alojados em barracos de madeira retirada do próprio cerrado, folhas de palmeiras e pedaços de lonas plásticas velhas.
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