De acordo com André Figueiredo, o hotel onde estão foi fechado logo após a determinação de toque de recolher e as ruas próximas a ele são vigiadas por forças portuguesas da ONU
Foto: Renato Alves
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Secretário-Executivo do Ministerio do Trabalho e Emprego, André
Figueiredo.
Brasília, 11/02/2008 - Dois representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) estão no Timor Leste, país que entrou em estado de emergência por 48 horas e onde foi instituído o toque de recolher depois das tentativas de assassinato do presidente José Ramos Horta e do primeiro-ministro Xanana Gusmão.
O Secretário-Executivo, André Figueiredo, e o chefe da Assessoria de Internacional, Pedro Amaral, participavam da 8ª Reunião de Ministros de Trabalho e dos Assuntos Sociais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que começou em 9 de fevereiro e deveria se estender até 13 de fevereiro, quarta-feira, na capital Díli.
Figueiredo e Amaral estão no único hotel da capital timorense, localizado em frente a uma zona portuária e ao lado de um campo de refugiados. Eles tentaram antecipar o retorno para o Brasil, mas as companhias aéreas não disponibilizam vôos extras. "Aqui não há muitas opções. Uma aeronave leva somente 30 passageiros por vez", disse Figueiredo, que tem sua volta para o país marcada para quarta-feira (13).
O Secretário-Executivo destacou que o clima no hotel entre as delegações de países que participam do evento ainda é de tranqüilidade e que há a intenção de dar continuidade à programação do encontro. "Vamos fazer tudo por aqui pelo hotel. Pretendemos somente antecipar a conclusão dos nossos trabalhos para amanhã (12) e apresentar uma declaração de Díli em que, inclusive, repudiaremos os últimos acontecimentos".
De acordo com Figueiredo, o hotel foi fechado logo após a determinação de toque de recolher e as ruas próximas a ele são vigiadas por forças portuguesas da Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo informações de agências internacionais, o presidente Horta, que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1996, foi ferido no estômago em um ataque em sua própria casa comandado pelo líder rebelde Alfredo Reinaldo.
Reinaldo, que acabou sendo morto pela guarda presidencial, é ex-comandante da Polícia Militar e do Componente Naval das Forças de Defesa do Timor Leste e apontado como o responsável pela convulsão social ocorrida em Dili entre abril e maio de 2006, que matou 37 pessoas e desalojou 155 mil.
Um dia antes da tentativa de assassinato, os representantes dos países que participam da reunião internacional estiveram na residência onde Horta foi atingido. "A casa fica no pé de uma serra. Achamos a localização até perigosa, já que as milícias atuam na serra", comentou o secretário-executivo do MTE.
O primeiro-ministro Xanana Gusmão também sofreu um atentado, mas escapou ileso. Gusmão classificou os ataques de covardes e afirmou que fazem parte de uma tentativa de golpe de estado por parte dos militares renegados liderados por Reinado. Foi um ataque covarde contra o presidente da República, contra o primeiro-ministro e contra as instituições do Estado", declarou.
O Timor Leste é uma ex-colônia portuguesa dominada pela Indonésia por mais de duas décadas e só se tornou independente em 2002.
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